Ucranianos da legião estrangeira francesa estão a desertar para ir combater os russos

Soldados ucranianos da legião estrangeira francesa estão a desertar para irem proteger o seu país da invasão russa. Estes soldados estão a deixar o hexágono sem autorização para regressar ao seu país natal para combater o exército de Vladimir Putin.

Um total de 25 soldados ucranianos já desertaram e estima-se que, pelo menos, cerca de metade tenham ido combater para a Ucrânia, segundo os dados do famoso corpo armado do exército francês citados pela “France Presse”.

A legião estrangeira conta com um total de 710 soldados de origem ucraniana, com 210 já naturalizados franceses, e 450 russos. O comandante da legião estrangeira, Alain Lardet, disse à “AFP” que não foram registadas quaisquer tensões entre russos e ucranianos no corpo, mas a verdade é que os soldados ucranianos “estão muito preocupados com as suas famílias”.

Neste sentido, o corpo decidiu conceder uma licença excecional de 15 dias para que estes soldados possam viajar para um país vizinho da Ucrânia para resgatar ou apoiar as suas famílias. No entanto, não têm autorização para atravessar a fronteira para o seu país. Um total de 25 soldados já pediram esta licença, e a legião espera que mais venham a aderir.

Na quarta-feira, foram detidos em Paris 14 ucranianos pertencentes à legião estrangeira que pretendiam viajar para a Ucrânia com o objetivo de combater. Os homens seguiam num autocarro rumo à Polónia.

Dados de 2018, apontavam que a legião estrangeira contava com 140 nacionalidades, com a maioria (40%) a serem originários da Europa central e de leste: russos, ucranianos, polacos ou romenos. Seguiam-se os asiáticos (16%), muitos da China; sul-americanos (14%), a sua maioria do Brasil; países árabes (12%); países ocidentais (12%); os restantes de África. Do total, 8% são francófonos.

No dia 27 de fevereiro, o presidente ucraniano lançou um apelo mundial para os cidadãos estrangeiros juntarem-se à luta contra a agressão russa. Para tal, devem contactar as embaixadas da Ucrânia nos seus países para se poderem alistar na defesa da Ucrânia contra o exército russo.