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UE assinou com Angola novo tipo de acordo que mostra interesse em África

A responsável pela política externa europeia para África anunciou hoje que a União Europeia assinou com Angola um novo tipo de acordo, que mostra o empenho do bloco comunitário em manter-se o principal parceiro económico de África.
19 Julho 2023, 19h47

“É o primeiro acordo deste tipo”, disse Rita Laranjinha, “um acordo de facilitação de investimento sustentável que foi assinado com Angola” e está agora em fase de ratificação.

A ideia deste novo tipo de acordo é “apoiar e ir mais longe na análise de todas as dificuldades de investir em Angola e apoiar Angola a facilitar a melhoria do seu clima de negócios e todo o tipo de apoios que se conjuguem com estes esforços”.

“Se funcionar, (a UE) quer ter com outros países de África”, porque, a nível da União Europeia “estamos sempre a procurar novas formas de interagir” com os outros países.

Rita Laranjinha falava como oradora principal num debate sobre “Oportunidades e desafios da internacionalização e do comércio UE/África” no EurAfrican Forum, que decorre em Carcavelos, perto de Lisboa.

A UE é o primeiro parceiro comercial de África, com uma diferença substancial em relação a outros concorrentes mundiais, representando 31% das exportações africanas, o que compara com 19% do seu comércio para a China e 6% para os EUA, recordou esta responsável.

O mesmo acontece no que se refere ao investimento direto estrangeiro, tendo, em 2020, atingido o valor de 160 mil milhões de euros em África, o que compara com a China 48 mil milhões da China e 43 mil milhões dos Estados Unidos, segundo dados avançados pelaresponsavel da UE.

A relação forte entre os dois continentes é muito importante, considerou, e acontece muito devido aos instrumentos comerciais postos em prática, que permitem que 90% das exportações africanas para a União sejam isentas de taxas, e acordos comerciais que se baseiam em parcerias e olham ao desenvolvimento e cooperação.

Nos desafios, Rita Laranjinha reconheceu alguns como a regulamentação sobre a desflorestação” que, afirmou, constituirá uma dificuldade para os parceiros africanos, mas terão de adaptar-se.

“Seria interessante que, em conjunto com o setor privado (…) pudéssemos também refletir sobre a melhor forma de abordar estes novos regulamentos, e ajudar as empresas a superar estes desafios”, referiu.

Rita Laranjinha sublinhou a importância de iniciativas como o EurAfrican Fórum para fazer circular o conhecimento de oportunidades e forma de ultrapassar desafios e lembrou que há 49 delegações da União Europeia em África dispostas a ajudar.

O EuroAfrican Forum 2023 termina hoje, em Carcavelos, e durante dois dias contou com a participação de membros de governos, decisores, investidores, gestores e académicos de cerca de uma dezena de países, com o objetivo de explorar oportunidades e analisar projetos concretos para aproximar Europa e África.

Nesta 6.ª edição, o tema central são as oportunidades de crescimento para a aliança dos dois continentes.

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