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UEFA testou blockchain para combate à fraude na venda de bilhetes

UEFA testou a venda de bilhetes eletrónicos para o jogo da Supertaça Europeia. “A venda eletrónica de bilhetes é vista como a grande arma para combater estes esquemas”, garante, David Silva, corretor da sucursal portuguesa da XTB.
Arnd Wiegmann/Reuters
23 Agosto 2018, 09h38

A Supertaça Europeia, realizada no passado dia 15 de agosto, está rodeada de efemérides. Foi o primeiro jogo oficial do Real Madrid sem que Cristiano Ronaldo fizesse parte do plantel merengue. Foi ainda a primeira final europeia perdida pelos ‘Blancos’ em 18 anos. E foi também a primeira vez que a União das Associações Europeias de Futebol (UEFA) disponibilizou a venda de bilhetes eletrónicos através da sua app, utilizando a tecnologia Blockchain, numa informação veículada por David Silva, corretor da sucursal portuguesa da XTB, a quarta maior corretora mundial.

A UEFA decidiu testar esta tecnologia na venda de 50% dos bilhetes para o jogo da final da Liga Europa, que opôs o Atlético de Madrid e o Marselha. E, “após algumas correções (…) a 15 de agosto de 2018, na final da Supertaça europeia de clubes, todos os lugares do estádio [puderam] ser adquiridos pela aplicação da UEFA”, conta o corretor ao Jornal Económico. A UEFA terá ficado satisfeita e “irá continuar a desenvolver a aplicação para ser utilizada de forma definitiva em todos os eventos da UEFA”, explica.

Venda de bilhetes eletrónicos é arma para combater fraude 

David Silva revela que os testes à venda de bilhetes eletrónicos alicerçada na tecnologia blockchain “surge numa altura em que a [UEFA] pretende combater alguns esquemas de fraude associados à venda de bilhetes, como a revenda ou a falsificação de bilhetes”, o costuma que ocorre durante as grandes competições europeias, como a final da Champions League, da Liga Europa ou de competições de seleções.

Devido às suas características, a blockchain reúne vantagens que permitem responder de forma adequada a estes desafios. David Silva começa por explicar que, no fundo, se trata de uma base de dados que regista as operações que vão ocorrendo dentro de uma ‘rede de blocos’. Por outras palavras, “quando se adiciona uma nova informação à base de dados, é gerado um novo bloco que contempla todas as informações anteriores, [assim como] a nova informação, sendo um processo que está visível a todos os utilizadores e que requer a sua aprovação consensual”.

Com efeito, a blockchain traz maior segurança a todas as operações que são feitas nos ‘blocos em rede’. Não só traz maior segurança a todos os utilizadores envolvidos, uma vez que não permite alterar nem violar operações passadas, como lhes dá mais privacidade, na medida em que a tecnologia não necessita de um intermediário – como um banco – para executar uma transação. Além disso, explica David Silva, “do ponto de vista das organizações e criminalidade, as vantagens da utilização desta tecnologia [prendem-se com o combate ao] esquema de fraude e de falsificação na venda de bilhetes, por com este sistema não é permitida a revenda de bilhetes a preços astronómicos nem [a sua] falsificação”.

Por essas razões, admite o broker português, “a venda eletrónica de bilhetes é vista como a grande arma para combater estes esquemas [de fraude] e, devido às suas características específicas, principalmente em termos de segurança e garantias, a UEFA considerou ser a melhor opção para dar início” a estes testes.

(informação atualizada às 11h45)

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