[weglot_switcher]

Um mundo sem vacinas…

Sabem porque é que não nos lembramos da tuberculose, da varicela, da hepatite e de muitas outras doenças? Porque muitas das vacinas que levamos na infância as preveniram!
30 Novembro 2021, 07h15

Nos últimos dias fomos “bombardeados” por novas medidas de proteção e segurança contra a Covid-19. A mensagem tem sido muito clara: testar, vacinar, voltar a testar… As medidas não são unânimes entre todos e num país verdadeiramente democrático, não têm todos que concordar, é certo. Contudo, aos reticentes, aos que não encontram valor na vacinação nem ainda (quase dois anos depois) acreditam que a Covid-19 mata e pode trazer sequelas para toda a vida, deixo uma reflexão em forma de história.

Há muitos anos atrás num planeta chamado Terra existiam muitas pessoas. Estas pessoas viviam em diferentes zonas deste dito planeta, trabalhando e sobrevivendo e continuando a trabalhar até ao seu último dia. Ao longo dos tempos algumas destas pessoas foram-se especializando. Alguns tornaram-se muito bons a cultivar a terra, outros a construir edifícios e outros inventaram “coisas”. Nesta categoria de inventores surgiram aqueles que alguns chamaram de cientistas. Estes seres cientistas eram “estranhos” viviam fechados num quartinho cheio de “frascos” com “poções”, sendo que algumas delas até borbulhavam. Um dia estes cientistas decidiram que as suas “poções” estavam prontas para o mundo e então apresentaram a este mundo as chamadas vacinas. O mundo estremeceu.

Alguns diziam que não queriam colocar coisas estranhas no seu corpo, mas outros disseram: eu aceito, as vossas ideias podem parecer “estranhas”, mas eu acredito nas vossas competências e conhecimentos. Aqueles que aceitaram esta nova invenção começaram a ser vacinados. Após algum tempo estas pessoas começaram a ser mais saudáveis, conseguiram superar doenças mais facilmente e muitas vezes (na maioria dos casos) nem ficavam doentes e, sobretudo, começaram a viver mais anos. Agora não morriam na “velhice” dos 30/40 anos, mas começaram a viver até aos 70/80 ou mais anos. Como tal foi possível? A resposta é simples: estas “poções” não eram magia, eram e são conhecimento científico. Estes chamados cientistas decidiram que era possível melhorar a qualidade de vida das pessoas e encontrar “receitas” que ajudassem a combater doenças que matavam ou deixavam sequelas gravíssimas na vida dos afetados.

Sabem porque é que não nos lembramos da tuberculose, da varicela, da hepatite e de muitas outras doenças? Porque muitas das vacinas que levamos na infância as preveniram!

Se existe receio em tomar vacinas, diria que é normal. Porém, alguns acreditam que é uma violação da liberdade. Contudo, reflitam no “reverso da medalha”: já pensaram que ao não serem vacinados colocam em causa a liberdade de todos aqueles que por respeito à liberdade de todos nós foram vacinados? Ou que colocam em causa aqueles que apesar de o quererem ser não podem por motivos particulares de saúde? Ou até que ao não o fazerem podem colocar em risco alguém que tem alguma doença e, portanto, menos “defesas” para lutar contra uma possível infeção por Covid-19?

Seja qual for a sua razão, antes de tomar uma decisão (seja esta qual for) reflita bem nesta história. Se os tais cientistas não tivessem feito estas “poções” hoje viveríamos num mundo sem vacinas. Este seria um mundo com uma esperança média de vida baixa que nos levaria a não viver mais do que talvez 30 ou 40 anos, onde muito provavelmente não veríamos filhos crescerem ou conheceríamos netos.

A decisão é claramente sua. Porém, convém talvez refletir no facto de que desta vez a sua potencial recusa pode não o afetar apenas a si, mas talvez colocar em causa a vida de alguém, até mesmo de alguém que lhe possa ser querido!

Numa citação de Marie Curie ela referiu um dia que “Nothing in life is to be feared, it is only to be understood. Now is the time to understand more, so that we may fear less”. Com tantos avanços científicos nas últimas décadas e, particularmente, nos últimos dois anos, talvez é tempo de menos medo e mais compreensão!

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.