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“Um por todos e todos por um”

O lema dos três mosqueteiros é talvez aquilo que o Homem neste momento necessita “Um por todos e todos por um!”, pois só todos juntos poderemos fazer o mundo florescer novamente, para que cada um de nós possa voltar a seguir o seu percurso de vida! Só no sentimento de uma responsabilidade comum, de uma cidadania responsável é que podemos vencer!
25 Março 2020, 07h15

Nunca pensei que hoje estaria aqui a escrever este artigo, sentada no meu computador, a olhar o mundo através de um ecrã, no meio de uma pandemia mundial e em isolamento social. Por isso hoje decidi sair da minha “rota” normal de escrita. Acho que esta é uma hora importante para o fazer. Porque é talvez hora de pensarmos bem naquilo que somos, naquilo que estamos a fazer e naquilo que queremos ser. É também hora de muitas inquietações, medos e muitas, muitas interrogações. Não sabemos o dia de amanhã e apesar de nunca o sabermos, hoje mais do que nunca a nossa vida está em suspenso, à espera da próxima notícia, simplesmente à espera…..

Para além de tudo isto, as notícias, em todos os canais de televisão e em todos os websites reportam, quase que ao segundo, novos desenvolvimentos, normalmente negativos, desta pandemia que se espalha de forma invisível ao olho humano. Mas apesar de tudo isto também encontramos nesta hora o sentimento de que todos juntos conseguiremos ultrapassar toda esta situação.

O lema dos três mosqueteiros é talvez aquilo que o Homem neste momento necessita “Um por todos e todos por um!”, pois só todos juntos poderemos fazer o mundo florescer novamente, para que cada um de nós possa voltar a seguir o seu percurso de vida! Só no sentimento de uma responsabilidade comum, de uma cidadania responsável é que podemos vencer! Claro que sempre existirão aqueles que no meio de tudo o que estamos a passar “vão para a praia”, desrespeitam ordens e “não têm medo de nada” (dizem eles!). Mas, com estas atitudes acho que sobretudo o que fazem é, para além do desrespeito ao outro, desrespeitar-se a si próprios e à sua própria condição humana.

Este é o momento de nos unirmos e é no meio destas “provas de vida” que mais orgulho tenho em ser portuguesa, em ser madeirense! Pois nestas horas somos capazes de nos unir, mesmo com as nossas diferenças, levantarmos a cabeça e seguirmos em frente e fazermos o que tem que ser feito: neste caso fechar “portas”, mesmo que isso implique custos! Face à adversidade o povo português “canta e seus males espanta”. Se isto significa que não temos medo? Não, afinal de contas somos humanos. Mas tal como Nelson Mandela falou em tempos idos: “Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas o que conquista esse medo.” Se é fácil? Não é! A verdade é que vivemos algo inesperado e incerto que trará consigo consequências, inclusive para a nossa economia. Mas o que é certo, é que iremos ultrapassar tudo isto! Martin Luther King Jr um dia disse que “somente na escuridão, conseguimos ver as estrelas”. Por isso no meio desta escuridão (e enquanto não podemos sair para a rua!), procuremos as nossas estrelas. Elas existem nos momentos em família, no sorriso de uma criança, num apreciar de uma música que gostamos, num cheirar uma flor, num olhar para o céu azul, num ler um livro que adoramos, num cozinhar um bolo e existem em todos os trabalhadores e voluntários que nesta hora procuram que não nos falte nada. As “estrelas” existem (mesmo nestes momentos!) basta olharmos com muita atenção. Por isso enquanto fazemos o nosso dever civil e social de “um por todos e todos por um”, procuremos as nossas “estrelas” que com certeza nos farão sentir muito melhor e permitirão apreciar a vida tal como ela é. Pois, mesmo com altos e baixos, quando a vida nos dá limões, sempre pudemos fazer uma bela limonada!

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