O antigo primeiro-ministro, José Sócrates, considerou que a nomeação do juiz Carlos Alexandre para liderar uma unidade de fraude no Serviço Nacional de Saúde (SNS), função para a qual deverá receber seis mil euros, de acordo com o Jornal de Notícias (JN), é uma “pouca-vergonha”.
José Sócrates referiu que a nomeação “vem provar – sem remissão – a parcialidade política que exuberantemente exibiu” durante o inquérito do processo Marquês.
“O juiz Carlos Alexandre foi nomeado pelo atual governo de direita para um cargo político. Esse cargo foi criado especialmente para acomodar esta escolha”, considera José Sócrates.
O antigo primeiro-ministro salientou que “há muito” a dizer. “Por agora, fiquemos pela analogia do lawfare brasileiro. A crónica desta nomeação de Carlos Alexandre é em tudo semelhante à do juiz Sérgio Moro. Ali, o juiz prendeu o adversário político e recebeu o prémio de ministro de Bolsonaro; aqui, a paga, vem, cuidadosamente, onze anos depois da minha prisão no processo marquês”, disse José Sócrates.
“Lá, como cá, a escolha dos juízes foi vigarizada – aqui com a fraude na distribuição, ali com a trapaça da escolha da jurisdição. Agora, só falta a “Prenda de Natal”, já prometida pelo Senhor Procurador-Geral ao Senhor Primeiro-Ministro. Voltarei ao assunto”, concluiu José Sócrates.
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