Para reforçar a aliança estratégica da UE com África, propõe-se definir conjuntamente, na próxima Cimeira UE-UA, uma nova estratégia que poderá assentar em cinco parcerias: a transição ecológica e o acesso à energia, a transformação digital, o crescimento sustentável e o emprego, a paz e a governação e igualmente uma parceria para a migração e a mobilidade.

Em África vivem mais de mil milhões de pessoas e aí se encontra a classe média mais jovem e em mais rápido crescimento do mundo. E são esses, os jovens, que têm nas suas mãos a capacidade de transformar as perspetivas políticas, económicas e sociais do seu próprio continente. Mas o futuro depende também da resposta que soubermos dar agora às suas aspirações.

Eram africanas, em 2018, seis das dez economias que mais rapidamente cresceram no mundo. Trinta países africanos apresentam um rendimento médio ou elevado. Mas, ao mesmo tempo, subsistem desafios, pois é justamente em África que estão trinta e seis dos países mais frágeis do mundo. E aí vivem 390 milhões de pessoas abaixo do limiar de pobreza. Podemos e devemos, em conjunto, aproveitar as oportunidades e dar resposta aos desafios, através de medidas que garantam a estabilidade, a paz, a segurança, os direitos humanos, a democracia, a igualdade de género, os meios de subsistência, o crescimento económico assente em ecossistemas saudáveis, a coesão social e a boa governação.

Para benefício mútuo, a parceria estratégica deverá assentar na compreensão dos interesses e também das responsabilidades comuns, evidenciando a amplitude e a maturidade da relação entre os nossos continentes. Os laços que unem África à Europa são profundos e resultam da história, da proximidade e de interesses comuns. Este é, portanto, mais um ano decisivo para a realização da ambição de uma mais forte parceria.

Tudo isto – e mais, foi aliás referido pelo Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, em Comunicação conjunta ao Parlamento Europeu e ao Conselho, naquilo que definiu como o rumo a uma estratégia abrangente para África. Felizmente, entre nós – africanos e europeus, há gente com visão de longa distância que acredita nos bons argumentos e na força das convicções de que se fazem os homens que constroem gerações com futuro.