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União de Sindicatos da Altice quer reunir com Alexandre Fonseca para esclarecer situação da empresa

Os sindicatos SINDETELCO, SICOMP, SITIC, FENTCOP e SITESE querem esclarecer “com urgência” o futuro da Altice Portugal com o presidente executivo da empresa. Os sindicatos entendem que as recentes notícias sobre a Altice cria “inquietude” e “desconfiança” entre os trabalhadores da ‘telecom’.
31 Maio 2021, 09h26

A União de Sindicatos da Altice quer reunir com o presidente executivo da empresa de telecomunicações, Alexandre Fonseca, para esclarecer a atual situação da telecom, depois de ter sido noticiado que o grupo Altice preparava a venda da antiga PT e que poderia avançar com rescisões unilaterais.

“Dada a perturbação, pela inquietude, intranquilidade, imprevisibilidade e desconfiança, que toda a situação pode trazer aos trabalhadores, e logo ao normal desenvolvimento da empresa, a União de Sindicatos da Altice solicitou uma reunião, com carácter de urgência, ao CEO [Alexandre Fonseca], lê-se num comunicado enviado pela União de Sindicatos da Altice ao Jornal Económico (JE), esta segunda-feira.

Os sindicatos querem esclarecer “os entendimentos tidos para o normal funcionamento da Altice Portugal”. Os representantes sindicais dos trabalhadores da dona da Meo aguardam, agora, a marcação de uma data, sublinhando “total disponibilidade para qualquer hora e dia”.

A 28 de maio, o “Expresso” noticiou que o grupo Altice está a preparar a venda da operação portuguesa. No mesmo dia, o jornal “Eco” escreveu que a telecom mandatou o banco de investimento Lazard para encontrar potenciais compradores. Em reação, a Altice Portugal fez saber que as notícias de venda são “rumores” e “especulações”.

Um dia antes, o semanário da Impresa tinha avançado que Alexandre Fonseca enviara um e-mail aos trabalhadores, na tarde de quinta-feira, em que admitia o início de um período de rescisões unilaterais para fazer face ao “momento complexo” que o sector atravessa. Isto, depois da empresa ter avançado com a segunda fase do Programa Pessoa (um plano de rescisões com pré-reforma) no início do ano, recebendo 1.400 pedidos de saídas voluntárias. Segundo o “Expresso”,  vão sair 1.100 trabalhadores e no final de 2021 a operadora ficará reduzida a 6.500 pessoas.

 

União de Sindicatos da Altice defende aumento de salários e compensações

A União de Sindicatos da Altice diz compreender a situação complexa do sector, bem como as consequências da pandemia da Covid-19 na operação da empresa. Mas, no mesmo comunicado enviado hoje ao JE, as estruturas sindicais fazem uma outra leitura da situação.

Os sindicatos sublinham que os últimos 27 meses, ou seja nove trimestres, foram de crescimento “nos resultados operacionais, na penetração no mercado, na liquidez e sustentabilidade da Altice”. “As únicas coisas que não cresceram foram as remunerações dos trabalhadores e outras rúbricas pecuniárias”, lê-se.

Por isso, relembrando que o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) de 2020 previa a análise e discussão dos salários, subsídios de almoço ou diuturnidades no primeiro trimestre de 2021 – “o que não se veio a verificar” -, a União de Sindicatos da Altice defende que esse debate entre trabalhadores e empresa ocorra agora.

Ou seja, além de quererem esclarecer as recentes notícias sobre a Altice Portugal, os sindicatos querem reiniciar um processo negocial que já tinha ocorrido em 2019, tendo em vista um eventual aumento de salários e outras compensações.

“Convidamos a Altice Portugal a mostrar a sua disponibilidade, para no mais curto espaço de tempo possível, nos próximos dias, sentar-se à mesa com os outorgantes da última revisão do Acordo Coletivo de Trabalho, a fim de reiniciar o processo negocial de 2019, interrompido nos primeiros meses de 2020, e com brevidade podermos dar por satisfeitas as aspirações dos trabalhadores, com aumentos salariais justos e compensações pelas energias postas à disposição da empresa”, lê-se.

Na sequência desse processo negocial, a União de Sindicatos da Altice adianta também que pretende propor à Altice a inclusão do teletrabalho, “uma forma de prestação laboral” acelerada pela pandemia, no ACT da empresa. Não obstante, os “nove projetos de lei para melhor regular esta prestação de trabalho à distância que o é o teletrabalho [em discussão no Parlamento”, bem como o Código do Trabalho, os sindicatos querem que o ACT da empresa antecipe e regule regras do teletrabalho.

A União de Sindicatos é constituída pelo Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços (SINDETELCO), pelo Sindicato das Comunicações de Portugal (SICOMP), pelo Sindicato Independente dos Trabalhadores da Indústria e Comunicações (SITIC), Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, Comércio, Restauração e Turismo (SITESE).

[Notícia atualizada pelas 9h00 desta segunda-feira]

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