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União Europeia adia novas sanções à Rússia após prisão de Navalny

A UE vai adotar uma abordagem “passo a passo” com o Kremlin, através do responsável pela política externa da UE, Josep Borrell, indo primeiro a Moscovo para deixar clara a insatisfação do bloco europeu com a detenção de Navalny.
25 Janeiro 2021, 17h03

A União Europeia (UE) vai suspender a imposição de novas sanções à Rússia segundo afirmações de alguns diplomatas europeus citadas esta segunda-feira na Reuters. O anúncio surge na sequência da detenção de três mil russos que no sábado, dia 23 de janeiro, protestavam pela libertação do líder da oposição e crítico do Kremlin, Alexei Navalny, segundo a “Reuters”.

O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, ao chegar a Bruxelas para uma reunião dos 27 principais diplomatas do bloco, disse que “uma mudança está no ar na Rússia” e que o bloco deve apoiar, especialmente após a detenção de Navalny quando este regressou à Rússia vindo da Alemanha – onde esteve a receber tratamento médico depois do envenenamento a que foi sujeito.

“A UE precisa de enviar uma mensagem muito clara e decisiva de que isso não é aceitável”, disse Gabrielius Landsbergis numa declaração em vídeo, pedindo mais sanções aos russos.

No entanto, a UE vai adotar uma abordagem “passo a passo” com o Kremlin, através do responsável pela política externa da UE, Josep Borrell, indo primeiro a Moscovo para deixar clara a insatisfação do bloco europeu com a detenção de Navalny, segundo dois diplomatas citados pela “Reuters”. Os Estados da UE também irão pressionar o governo russo apelando à libertação dos manifestantes pró-democracia.

A União Europeia já impôs sanções económicas aos setores da energia, financeiro e de armamento russos por causa da anexação da península da Crimeia em 2014 e impôs sanções às autoridades russas próximas ao presidente Vladimir Putin em resposta ao envenenamento de Navalny em agosto.

Os países bálticos, Letónia e Estónia, apoiam mais sanções da UE contra a Rússia, e o ministro das Relações Exteriores de Itália disse no domingo, dia 24 de janeiro, que Roma estará pronta para apoiar mais proibições de viagens e congelamento de ativos. Por sua vez, a Roménia apoiou publicamente as sanções esta segunda-feira.

No entanto, Berlim toma uma posição mais cautelosa. O ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, não quis até ao momento comentar algo sobre as sanções, mais exigiu a libertação imediata dos manifestantes que enfrentaram o frio extremo para pedir a libertação de Navalny.

No sábado, a polícia deteve várias pessoas no centro de Moscovo, amontoando-as em carrinhas, relatou a Reuters. Nesta zona da capital estariam cerca de 40 mil pessoas reunidas numa das maiores manifestações não autorizadas que se realizou nos últimos anos.

Alemanha e França, as principais potências da UE, serão centrais para decidir se o bloco avançará com medidas punitivas contra a Rússia, um dos maiores exportadores de petróleo e gás do bloco europeu.

Navalny disse que Putin era responsável pelo seu envenenamento em agosto passado, uma acusação que o Kremlin rejeita. O Kremlin diz que o caso de Navalny é um assunto doméstico e defende que não há evidências de que o oponente de Putin foi envenenado.

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