A Comissão Europeia anunciou hoje, na Cidade do Cabo, um pacote de investimentos de 4,7 mil milhões de euros para a África do Sul, para projetos que apoiam a transição energética e para a produção local de vacinas.
Intervindo na sessão plenária da cimeira entre a União Europeia (UE) e a África do Sul, que decorre hoje na capital do país, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que este encontro de alto nível “é um momento importante para refletir sobre a relação” entre os dois blocos.
“Vocês [África do Sul] já são o nosso parceiro mais próximo em África e o nosso único parceiro estratégico no continente. Todos os anos, há quase 50 mil milhões de euros em trocas comerciais entre nós e 98% das vossas exportações para a UE já estão isentas de direitos e quotas, mas podemos e devemos ir mais longe. Anunciamos hoje um pacote de investimento destinado a mobilizar mais de 4,7 mil milhões de euros”, revelou Ursula von der Leyen.
De acordo com a responsável, “isto é do interesse de ambos” os blocos.
“Inclui financiamento para a transição para as energias limpas, mas também 700 milhões de euros para impulsionar o fabrico de vacinas. A África do Sul quer proteger a saúde do seu povo, bem como a sua autonomia e as suas indústrias locais, e nós, europeus, queremos diversificar algumas das nossas cadeias de abastecimento mais críticas [pelo que] é a isto que chamo um verdadeiro interesse mútuo”, disse ainda a líder do executivo comunitário.
Também em representação da UE, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, falou numa “importante cimeira”, pois a União Europeia e a África do Sul são “parceiros e aliados estratégicos, ligados por valores comuns de democracia, direitos humanos, Estado de direito e multilateralismo”.
“Este ano celebra-se o 25.º aniversário da cooperação UE-União Africana, um marco que sublinha a força do nosso empenho e o vasto potencial que temos pela frente. Apesar dos muitos e complexos desafios, este não é um momento para desesperar, [mas antes] um momento de oportunidade, uma oportunidade para construir, reforçar e alargar a nossa cooperação bilateral e multilateral, para dar forma a um mundo mais justo, mais sustentável e mais seguro”, adiantou o líder da instituição que junta os chefes de Governo e de Estado europeus.
Na cimeira, a África do Sul está representada pelo seu Presidente, Cyril Ramaphosa.
A Parceria Estratégica UE-África do Sul está em vigor desde 2007 e, desde então, realizaram-se várias reuniões de alto nível, incluindo mais de 20 diálogos setoriais, um diálogo anual sobre direitos humanos e um Conselho Conjunto de Cooperação.
Do ponto de vista económico, a África do Sul é o maior parceiro comercial da UE na África subsaariana, com 49 mil milhões de euros de comércio total de mercadorias em 2023, e o bloco comunitário é a principal fonte de investimento direto estrangeiro no país, totalizando 53,7 % em 2022.
A África do Sul assume, desde dezembro passado e até novembro de 2025, a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
Sucede nesta liderança ao Brasil e é o primeiro país africano a fazê-lo.
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