União Europeia fecha portas a negociações com o Reino Unido até fevereiro

A Comissão Europeia (CE) veio garantir esta segunda-feira que as negociações sobre um futuro acordo comercial entre Bruxelas e Londres só vão começar em fevereiro, depois do Reino Unido ter saído oficial e ordeiramente da União Europeia, avança o The Guardian.

O porta-voz chefe da comissão, Eric Mamer, anunciou a decisão esta manhã aos jornalistas: “A CE só pode adotar as propostas para as diretrizes da negociação depois do Reino Unido sair da União Europeia”, começou por explicar acrescentando que existe ainda um processo institucional para que essas diretrizes sejam adotados pelo Conselho [Europeuu].

“Sabemos que isso levará algum tempo, razão pela qual dissemos que iniciaremos as negociações o mais rápido possível, mas certamente não acontecerá antes do final de fevereiro, início de março”, continuou. “Isto não é uma desaceleração ou aceleração do processo. Essa é simplesmente a natureza do processo institucional e as consultas que precisam ser realizadas antes que as diretrizes de negociação possam ser formalmente adotadas”, concluiu.

https://jornaleconomico.pt/noticias/brexit-boris-johnson-vai-impedir-que-sejam-negociadas-mais-extensoes-entre-londres-e-bruxelas-526545

O período poderá ser um problema para Boris Johnson, mesmo depois de o primeiro-ministro britânico ter anunciado que não pretende extender para além dos 10 meses estipulados, o período de transição pós-Brexit. Johnson deixou claro que tem intenções de assinar um acordo comercial com Bruxelas o mais rápido possível de modo a não ultrapassar o prazo estabelecido, e que vai avançar com negociações com Donald Trump assim que possível.

Durante a conferência de imprensa, Mamer também foi questionado sobre o comentário de Sajid Javid, Chanceler do Tesouro, no fim de semana onde disse que que o Reino Unido não se alinharia às regras da UE após o Brexit. Mamer confirmou que isso significaria menos acesso ao mercado único do Reino Unido. “Existe uma ligação entre afastar-se dos regulamentos da UE e o grau de acesso possível ao mercado único. Essa posição não mudou. Penso que ambos os lados expressaram as suas posições com muita clareza e, portanto, não tenho nada a acrescentar aos comentários feitos neste fim de semana”.