Depois do desastre que foi o acordo de paz patrocinado pela Rússia e pela Turquia, a União Europeia quer impoedir ativamente a entrada de armas na Líbia – numa tentativa de diminuir a tensão entre os dois blocos. Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia concordaram em lançar uma missão militar, com forças marítimas, aéreas e especiais, para aplicar o embargo de armas decretado pela ONU.
A presença de navios europeus nas águas do Mediterrâneo tentará evitar a continuação do fornecimento de armas que alimentam o confronto entre o governo reconhecido pela ONU e apoiado pela Turquia, liderado por Fayed el Serraj, em Trípoli, e pelas forças do general Jalifa Hafter, que conta com o apoio da Rússia.
A União, disse em comunicado, espera contribuir para pacificar a Líbia e evitar uma escalada como a da Síria, que em 2015 causou um êxodo maciço que resultou na chegada de mais de um milhão de refugiados a solo europeu. A vontade de evitar uma nova crise migratória na Europa é uma das razões que levam à nova missão militar no Mediterrâneo.
“Os navios europeus não estarão lá para dar uma volta”, disse o alto representante da Política Externa da União, o espanhol Josep Borrell, depois de chegar a um acordo que poucas horas antes parecia impossível: “Foi um dos debates mais longos e intensos de que me lembro”, disse.
Borrell conseguiu superar as reservas de parceiros europeus como a Áustria, que resistiam em aprovar a missão por tenerem que a presença de barcos militares europeus faça aumentar as tentativas de atravessamento do Mediterrâneo por parte de refugiados vindos da costa norte de África. O acordo prevê portanto que os navios sejam retirados se for detectado um aumento de embarcações com imigrantes.
A crescente interferência internacional no conflito e o vazio de poder em grande parte da Líbia desestabilizaram um país para onde convergem grande parte das rotas de imigração do continente africano.
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