Os líderes da União Europeia (UE) vão apelar ao Reino Unido que respeite os direitos cidadãos europeus que decidam viajar para a região, de acordo com um rascunho do comunicado a que a “Reuters” teve acesso, esta quarta-feira, e que deverá ser apresentado na próxima semana.
A declaração surge numa altura em que existem preocupações relativamente ao tratamento de cidadãos da UE pelas autoridades de imigração britânicas.
“O Conselho Europeu apela ao Reino Unido que respeite o princípio da não discriminação entre os Estados-Membros e os direitos dos cidadãos da UE”, cita a agência o rascunho do comunicado.
A missiva surge na sequência de relatos que dão conta de cidadãos do bloco europeu que foram detidos, alguns por vários dias, em centros de imigração na Grã-Bretanha devido ao fim da liberdade de movimento após a saída do Reino Unido do bloco.
O alerta foi dado por Dacian Ciolos, presidente do principal grupo liberal do Parlamento Europeu, quando escreveu à Comissão Europeia na semana passada sobre as preocupações que tinha quanto às medidas de detenção britânicas que eram “claramente desproporcionais” e colocavam “graves impedimentos” às relações entre a UE e a Grã-Bretanha.
Cerca de uma dúzia de cidadãos de países da União Europeia foram detidos na semana passada em centros de expulsão de imigrantes após desembarcar em aeroportos do Reino Unido, vítimas da política “ambiente hostil” por parte dos funcionários da polícia e dos serviços de migração. A maioria foram mulheres. Os relatos de algumas vítimas ao jornal britânico “The Guardian”, na semana passada, que denunciou o sucedido, indicam que os seus casos são apenas a ponta do icebergue
Foram detidos e expulsos cidadãos italianos, gregos, espanhóis e búlgaros, sem visto de trabalho apesar de terem entrevistas de emprego agendadas.
O Ministério britânico da Administração Interna, o Home Office, garante contudo explicitamente que visitantes nestas condições podem “ir a reuniões, conferências, seminários, entrevistas” e “negociar e assinar acordos e contratos”, referem fontes contactadas pelo jornal britânico. Outros estavam em violação das novas regras, que agora proíbem cidadãos europeus de frequentar estágios não-remunerados.
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