A Unicre desistiu de vender o negócio do cartão Unibanco, o crédito ao consumo e a gestão de cartões (card management), soube o Jornal Económico. O negócio, que há dois anos chegou a estar acordado com os CTT, não se concretizou e já não se vai concretizar.
Não há qualquer previsão de voltar a abrir um processo de venda. O administrador da Unicre, Fernando Adão da Fonseca, confirmou ao Jornal Económico, que “neste momento, não está nada previsto. Nem é de prever tão cedo”.
A Unicre é detida pela maioria dos bancos do sistema, excepto pela CGD, e é presidida por Luís Flores. Em 2016 partiu da iniciativa dos acionistas (12 bancos) a venda dos negócios da Unicre relacionada com a atividade de crédito e cartões.
Na mesma altura a SIBS deu início ao processo formal de aquisição com a Redunicre para a compra do outro negócio da empresa liderada por Luís Flores, o acquiring, que consiste na atividade de aceitação de cartões de pagamento junto de comerciantes (Terminais de Pagamento Automático). Mas a Autoridade da Concorrência considerou que a compra pela SIBS da Redunicre (negócio da aceitação de pagamentos com cartão da Unicre) poderia criar um monopólio no sistema de pagamentos português.
A SIBS abandonou a iniciativa de aquisição dos activos do negócio Redunicre, da Unicre, face às condições impostas pela Autoridade da Concorrência. A gestora da rede Multibanco considerou que “a atuação e exigências da Autoridade” são “desproporcionadas, face à sua própria prática em processos anteriores” e de “congéneres em operações semelhantes”.
Ao contrário, em Espanha foi aprovada uma concentração horizontal. O regulador aprovou a fusão da ServiRed, 4B e Euro 6000 com condições. A fusão das empresas de meios de pagamento permitiu a Espanha criar um player nacional forte o que possibilitou que os bancos criassem um único sistema de pagamentos.
“A Autoridade da Concorrência insiste numa visão de mercado de pagamentos estritamente nacional, de forma contraditória aos diversos atos legislativos e regulamentares das Autoridades Europeias, e não atribuindo relevância à evidente facilidade de prestação de serviços interoperáveis pelos vários players internacionais em Portugal”, acusou na altura a SIBS.
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