A alemã Ursula Von der Leyen conseguiu uma expressiva votação, sendo reeleita para mais cinco anos de mandato à frente da Comissão Europeia. Os partidos que a apoiavam respiraram de alívio: conservadores, socialistas, liberais e verdes conseguiram que entre as suas hostes não surgisse e gérmen da dúvida – que muitos analistas consideraram possível – e Von der Leyen não teve afinal dificuldade em ser eleita.
Está assim aberta a estrada para que a conservadora germânica, ex-ministra de várias pastas, faças as suas prioridades saírem do papel para passarem para a agenda do seu próximo elenco de comissários. No topo da sua agenda está a defesa, como ficou claro no longo discurso com que brindou os parlamentares – uma agenda, aliás, com muitos pontos comuns com a agenda da Comunidade Europeia, reunida no Reino Unido e a que Von de Leyen teve de faltar.
A aposta na defesa tem duas intenções claras: diminuir a dependência de segurança do bloco – o que os críticos dizem que não acontecerá, uma vez que o que quer que seja que venha a ser decidido estará sempre subordinado aos interesses não necessariamente coincidentes na NATO – e lançar uma indústria de defesa. Para isso, terá que ser percorrido um longo caminho de aproximação de procedimentos e logística dos 27 Estados – para além da criação de regras comuns que possam tornar a aproximação minimamente eficaz e mesmo praticável. Em aberto está a possibilidade de esta uniformização logística compreender outros países europeus para além dos 27 da União.
Outro segmento que será difícil de gerir será a cadeia de comando. A França é o único país com armamento nuclear próprio – o que quer dizer que quererá ter um papel de destaque num quadro de aliança europeia. Mas tudo isso será alvo de longas e difíceis negociações.
Outra das prioridades tem a ver com a imigração – mais um tema que no Reino Unido também era discutido. Von der Leyen quer um sistema justo e equilibrado de entrada de imigrantes – mas principalmente quer que esse sistema venha a ser alvo de um consenso o mais alargado possível.
Habitação – que vai ser alvo de um comissário específico – também faz parte as suas preocupações, naquilo que, segundo os analistas, é um dos temas que os socialistas e os verdes impuseram como contrapartida à prestação do seu apoio.
A uniformização ‘ideológica’ – o que tem a ver com os países que estão nas mãos da direita – também é uma das prioridades da ‘renovada’ presidente da Comissão.
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