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Ursula von der Leyen: “No mar existe o dever de salvar vidas”

Discurso da candidata a presidente da Comissão Europeia antes da votação do seu nome no Parlamento Europeu ficou marcada por uma mensagem ambientalista e feminista. Mas também por palavras sobre a crise dos refugiados particularmente direcionadas a Matteo Salvini.
16 Julho 2019, 17h59

A candidata a presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen voltou a dirigir-se nesta terça-feira aos deputados do Parlamento Europeu antes da votação que a pode confirmar como a primeira mulher a liderar o executivo da União Europeia, optando por um discurso que juntou feminismo, ambientalismo e a sua “visão de uma Europa mais unida e justa”. Mas também um ataque cerrado a alguns governantes europeus, nomeadamente o vice-primeiro-ministro italiano Matteo Salvini, obtendo uma ovação no hemiciclo de Estrasburgo ao lembrar o número de mortes por afogamento no Mediterrâneo e acrescentando que “no mar existe o dever de salvar vidas”.

A ainda ministra da Defesa da Alemanha também garantiu aos eurodeputados, sobretudo aos das famílias políticas da Aliança Progressista dos Socialistas & Democratas e do Renovar Europa, essenciais para a eleição de mais um presidente da Comissão Europeia saído das fileiras do Partido Popular Europeu, que nunca “haverá compromissos quanto está em causa o primado do Estado de Direito”, deixando entender que “a Europa tem de ter a coragem de tomar posições por maioria qualificada”. Algo que dificilmente lhe trará apoios entre os governos italiano, polaco e húngaro, entre outros, mas será a convicção da política democrata-cristã alemã.

Além de voltar a prometer que a sua Comissão Europeia será a primeira a ter total igualdade de género, garantindo que não hesitará em pedir novos nomes se os governos nacionais não apresentarem – como já pediu – um homem e uma mulher como alternativas, Ursula von der Leyen falou na criação de um salário mínimo europeu que garanta boas condições de vida para qualquer trabalhador, na facilitação do acesso a financiamento das pequenas e médias empresas e, como seria de esperar, numa grande aposta no ambiente.

Vendo a Europa como “o primeiro continente com neutralidade climática”, a candidata a presidente da Comissão Europeia disse que “é preciso dar passos corajosos”, incluindo o corte das emissões poluentes em mais de 50%, “ou mesmo 55%”, até 2030, muito acima da atual meta de 30%. Ursula von der Leyen prometeu a apresentação de um “Pacote Verde para a Europa” nos seus primeiros 100 dias no poder, avançando com investimentos na ordem de um bilião de euros na próxima década.

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