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Ursula von der Leyen: “Temos de manter os apoios, pois o vírus e a incerteza permanecem”

A alemã que lidera a Comissão Europeia proferiu esta quarta-feira o seu primeiro discurso do ‘Estado da União’, no Parlamento Europeu. “Chegou a altura de continuarmos”, frisou, em relação aos apoios para a economia da União Europeia, após uma retração de 12% no segundo trimestre.
  • Clemens Bilan/EPA via Lusa
16 Setembro 2020, 09h10

A União Europeia (UE) reagiu de forma “notável” à crise económica causada pela pandemia de Covid-19, mas precisa de manter e desenvolver os apoios, pois o coronavírus e a incerteza continuam presentes, afirmou esta quarta-feira Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, alertando, no entanto, que é preciso manter o equilíbrio entre estes apoios e a sustentabilidade orçamental.

“Esta não é, certamente, a altura de retirar o apoio [económico]”, explicou von der Leyen, no primeiro discurso anual ‘Estado da União’ do seu mandato, no Parlamento Europeu.

Inaugurado pelo antigo presidente da Comissão José Manuel Durão Barroso, em 2010, o discurso do Estado da União marca a ‘rentrée’ depois das férias de verão, dando a oportunidade ao executivo comunitário e os eurodeputados discutirem os grandes desafios e prioridades para os 12 meses seguinte. Este ano a pandemia da covid-19 é o tema incontornável e inclusivé obrigou a mudança do discurso de Estrasburgo para Bruxelas.

Von der Leyen salientou que a UE agiu de forma celére. “Pela primeira vez, e para tempos excepcionais, a Europa implementou as suas próprias ferramentas para complementar os estabilizadores orçamentais”, afirmou. “É um momento notável na história da União”, disse, referindo também o impacto positivo das medidas implementadas pelo Banco Central Europeu, nomeadamento o Pandemic Emergency Purchase Programme, de 1,35 biliões de euros.

“Chegou a altura de continuarmos”, frisou, recordando que a economia da UE sofreu uma recessão de 12% no segundo trimestre. Recordou, no entanto que  essencial manter o equlibirio entre os apoios à economia e a a estabilidade orçamental.

Salário mínimo para todos

Para von der Leyen, a “confiança no euro nunca foi tão forte como agora”, uma situação que a UE tem de oportunidade para implementar reformas estruturais, como por exemplo a união do mercado de capitais.

Um mercado de capitais “profundo e líquido” é essencial para financiar as empresas durante a fase de recuperação da economia e fortalecer o papel internacional do euro, explicou. “Vamos avançar o trabalho e finalmente completar este projeto geracional”.

A presidente da Comissão Europeia agradeceu os deputados europeus pela rapidez na aprovação do programa SURE, lançado em abril como instrumento financeiro temporário para atenuar os riscos de desemprego em situação de emergência. “Se a Europa conseguiu o desemprego em massa visto noutros sítios, é porque milhões usaram este programa”.

Ainda no campo laboral, Von der Leyen afirmou que a Comissão vai apresentar uma proposta para um quadro de salários mínimos. “Todos têm de ter acesso a um salário mínimo”, sublinhou. “Os salários mínimos funcionam e está na altura do trabalho ser remunerado”.

[Atualizada às 9h32]

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