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Usa cartão de crédito? Saiba se deve optar pelo pagamento mínimo

Nas diversas modalidades de pagamento de um cartão de crédito, o pagamento mínimo é uma delas. Descubra em que consiste e se compensa reembolsar a dívida desta forma.
9 Julho 2020, 11h49

É possível reembolsar o pagamento de compras/serviços com o cartão de crédito na totalidade (método através do qual o montante gasto com o cartão é retirado da conta à ordem do cliente ao fim de um prazo pré-definido, que normalmente pode ir de 20 a 50 dias) ou em prestações.

Dentro do reembolso em prestações enquadra-se a modalidade do pagamento mínimo, que consiste em, todos os meses, pagar só uma percentagem do valor que se gastou – por exemplo, 3% ou 5% – até liquidar a dívida na totalidade. Contudo, note-se que esta percentagem pode ser mais elevada: 25%, 50%, 75% e por aí adiante consoante o que o cliente acordar com o banco.

A grande diferença do pagamento mínimo para o pagamento na totalidade reside no facto de nesta última opção o consumidor não pagar juros (acabando por ser um empréstimo sem juros).

Quais são as vantagens e desvantagens?

O método de reembolso do cartão de crédito por via do pagamento mínimo torna-se muito cómodo para o cliente, porque acaba por lhe permitir fazer uma compra de um valor mais avultado e reembolsar em pequenas tranches.

Todavia, nem tudo são benefícios. Ao selecionar fazer o reembolso da dívida desta forma, o consumidor terá mais custos, uma vez que terá de pagar juros pela compra efetuada (contrariamente ao que acontece com o pagamento na totalidade).

Vejamos um exemplo prático.

A Mafalda precisava muito de comprar um novo computador. A escrever a sua tese de Mestrado em Estatística e apaixonada como é por Fotografia, o seu atual portátil já não comportava tantos softwares e já não oferecia a capacidade de armazenamento e de processamento que esta brilhante estudante-trabalhadora precisava.

Não dispondo à ordem dos 1300 euros de que necessitava para realizar esta compra, recorreu ao seu cartão de crédito e optou por reembolsar esta dívida através da modalidade de pagamento mínimo para ir pagando o seu novo computador faseadamente e sem que isso pressionasse as suas finanças.

Assumindo um taxa de 15,7%, vejamos então quanto é que a Mafalda ficaria a pagar por mês.

Supondo-se que o seu cartão não tem qualquer anuidade (o que significa que a Mafalda não terá despesas para além dos juros associados à aquisição do computador) e que a percentagem escolhida do pagamento mínimo mensal é de 5%, então a Mafalda demoraria 57 meses a liquidar a dívida na totalidade e iria pagar um total de juros de 296,40 euros.

Portanto, esta consumidora iria demorar mais de quatro anos a saldar esta dívida, ficando a pagar juros todos os meses durante todo este tempo. A alternativa para pagar menos juros seria aumentar a percentagem do pagamento mínimo do cartão de crédito acordada com a instituição financeira.

Neste sentido, se a Mafalda decidisse, ao invés, aumentar a percentagem do pagamento mínimo de 5% para 25% pagaria então 49,92 euros de juros – o que significa uma poupança de 249,48 euros.

Embora tivesse de aumentar a quantia que pagaria mensalmente, a verdade é que o valor total do crédito ficaria muito mais acessível. Por muito que a prestação mensal pese no orçamento, há que olhar sempre para o montante total dos juros.

É possível notar, assim, que os custos de fazer compras com o cartão de crédito têm muito que ver com o montante pago, com a percentagem de pagamento selecionada e também com o prazo escolhido. Se o cliente tiver mesmo de optar por parcelar o reembolso, há que salientar que quanto maior for a percentagem escolhida, menos juros se terá e menos meses serão necessários para terminar de liquidar.

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