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Vacinas Covid-19: O primeiro sinal de esperança para a Economia

Provavelmente as primeiras vacinas que serão aprovadas não serão as mais eficazes ou as melhores, mas o simples efeito psicológico que podem produzir têm, em si mesmo, o efeito de poder instilar confiança e, quem sabe, salvar a economia mundial de um iminente colapso.
8 Dezembro 2020, 07h15

Nos tempos que correm, as conversas deste país estão sequestradas pelas notícias que abundam sobre, por um lado, as medidas de confinamento mais robustas que foram introduzidas e as vacinas da Covid-19, nomeadamente quais são, quem as faz, as respetivas taxas de eficácia, enquanto os comentadores do nosso país se ocupam a tecer teorias sobre os planos de vacinação de cada país e de como deverá ser o plano de vacinação português, e o facto de, neste dia em que vos escrevo, foi o dia em que pela primeira vez um país (o Reino Unido) emitiu a aprovação final a uma vacina contra a Covid-19 (a da Pfizer), tendo sido tomado o passo final a nível regulatório para que o processo de vacinação possa ter o seu início.

Independentemente de tudo, a aprovação da primeira vacina contra a COVID-19 é uma excelente notícia, tanto pelo efeito médico/terapêutico que detém, por representar um potencial decréscimo das infeções por este vírus, mas acima de tudo, tem um efeito psicológico, porque dá à Humanidade em geral o que todos nós precisamos, a ideia que há uma “luz ao fundo do túnel” e que, como tudo na Vida, também esta pandemia passará.

É um sinal de esperança que todos nós precisamos, e uma ideia a que todos nós nos devemos agarrar que o regresso a uma realidade económico-social que nos seja mais familiar e que se assemelhe à nossa “vida normal” está mais perto do que longe. Que, em breve, os nossos restaurantes possam estar cheios outra vez e cheios de vida, que vamos poder ir novamente a uma sessão de cinema num sábado à tarde, sem medos, sem receios e sem a consciência pesada.

Provavelmente as primeiras vacinas que serão aprovadas não serão as mais eficazes ou as melhores, mas o simples efeito psicológico que podem produzir têm, em si mesmo, o efeito de poder instilar confiança e, quem sabe, salvar a economia mundial de um iminente colapso.

Porque é exatamente este o ponto onde queria chegar, porque a partir deste momento, é importante centrarmos as atenções na recuperação da nossa economia! Nos tempos modernos em que vivemos, a maioria da população não vive da agricultura, nem terá propriamente uma horta em casa, o que significa que para poderem alimentar as suas famílias, precisam de trocar alguma coisa por bens alimentícios que se encontrem à venda. Esse bem de troca normalmente é dinheiro, que por sua vez se obtém através de fontes de rendimentos, que consequentemente advêm do funcionamento da economia.

Fazendo um raciocínio inverso, não existindo economia, deixam de existir fontes de rendimentos, deixa de ser possível comprar bens essenciais e a partir deste momento é o caos e a miséria.

Não tenhamos dúvidas, este pequeno alívio trazido pelas notícias de existirem vacinas a caminho, tem de representar o “tiro de partida” para focarmos as nossas atenções na nossa economia e na introdução de medidas urgentes que façam parte de um plano generoso, corajoso, audaz e agressivo no sentido de proteger as nossas empresas e salvaguardar postos de trabalho, uma vez que se não agirmos agora e depressa, podemos estar perante uma crise puramente económica e que demorará muito mais tempo a recuperar do que qualquer plano de vacinação que se possa conceber.

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