Desde 2018 que se tem vindo a assistir a uma “guerra de spreads” entre os diversos bancos em Portugal, os quais têm baixado a sua margem de lucro com esta taxa para competirem entre si na angariação de clientes. Se “novo ano” para si é sinónimo de “nova casa” ou de tentar conseguir melhores condições para o empréstimo que já tem, saiba quais os valores dos spreads em 2021.
O spread é um elemento da taxa de juro que é definido individualmente por cada banco num empréstimo habitação. No fundo, trata-se da margem de lucro da instituição financeira.
No que toca a comprar casa com recurso a financiamento este é um conceito que aparecerá sempre associado ao crédito.
O spread que o banco atribui a um determinado cliente tem muito que ver com o risco do mesmo (aferido através do historial de crédito, dos seus rendimentos, do montante de empréstimo que está a ser solicitado e das garantias apresentadas pelo consumidor, etc.) e, muitas vezes, com os produtos que podem ser contratados para baixar o spread.
Para receber uma bonificação no spread habitação os bancos normalmente permitem e até sugerem a contratação dos seguintes produtos para o efeito (um procedimento que se designa por “vendas associadas facultativas”):
Regra geral, por cada produto contratado pelo cliente, o spread baixa numa determinada percentagem.
Longe estão os tempos dos spreads abaixo de 0,5%. Em 2008, no despontar da última crise económico-financeira, somavam-se, a cada dia, os prejuízos dos bancos e eram visíveis os riscos que estes tinham assumido nos empréstimos que concederam. Nessa altura, as instituições financeiras começaram a aumentar os seus spreads mínimos, tendo em alguns casos atingido valores acima de 2%. No entanto, fruto das descida verificada nos últimos anos, o mercado volta a oferecer crédito para comprar casa com spreads já iguais ou inferiores a 1%, podendo ser uma altura apelativa para quem pretende solicitar ou transferir um crédito à habitação.
Pese embora a variação entre bancos no spread atribuído a cada cliente, todos têm estabelecido um valor mínimo para esta taxa, que pode ser visualizado na tabela abaixo:
Banco | Spread mínimo |
---|---|
Bankinter | 0,95% |
ActivoBank | 1% |
Crédito Agrícola | 1% |
Millennium bcp | 1% |
Santander | 1% |
Banco CTT | 1,1% |
BPI | 1,1% |
Eurobic | 1,1% |
Montepio | 1,1% |
Abanca | 1,15% |
CGD | 1,23% |
Banco Best | 1,25% |
Novo Banco | 1,25% |
UCI | 1,4% |
É possível observar que os spreads praticados pelos principais bancos em Portugal, neste início de 2021, variam entre 0,95% (o valor mais baixo do mercado atualmente) e 1,4%.
No entanto, em alguns casos específicos, de acordo com o perfil do cliente e o risco determinado pelo banco para a operação, poderão ser obtidas condições ainda mais competitivas do que aquelas publicitadas pelas instituições financeiras.
Porém, nem tudo é spread. Se para diminuir este valor tiver de contratar uma série de produtos e/ou serviços adicionais do banco que têm um custo para si, há que fazer as contas e ponderar.
Muito provavelmente o cartão de crédito tem uma anuidade associada. Os seguros de vida e do imóvel até podem ter um prémio mais baixo se forem contratados numa seguradora à parte em vez da que trabalha diretamente com o banco.
Será que compensa ficar com um spread mais reduzido para, no fim de contas, ter estes custos? É uma questão que deve analisar cuidadosamente. Além disso, há que ter sempre em atenção também a TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) e o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor – que representa o custo total do crédito com todas as despesas e juros incluídos).
Um spread habitação mais baixo nem sempre se traduz num crédito mais acessível. Assim, caso tenha dúvidas sobre como escolher o melhor financiamento, procure sempre aconselhamento especializado de forma a garantir uma decisão consciente e informada.
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