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Vasco Cordeiro diz que o PS teve “vitória clara e inequívoca” nos Açores

Líder do PS-Açores, que procura o terceiro mandato enquanto presidente do governo regional, defendeu que as eleições deste domingo “não foram um plebiscito ao governo regional”. E recusou-se a comentar paralelismos com o que aconteceu em 2015, quando a coligação liderada por Passos Coelho foi a mais votada, mas o seu governo acabou por ser derrubado na Assembleia da República.
  • Vasco Cordeiro com Carlos César
26 Outubro 2020, 00h59

O líder do PS-Açores, Vasco Cordeiro, que se apresentou às eleições regionais dos Açores com o objetivo de cumprir um terceiro mandato enquanto presidente do governo regional, afastou o cenário de a perda da maioria absoluta, que os socialistas mantinham desde 2000, implicar alternância no poder. “O PS ganhou esta eleição com mais votos e com mais mandatos, ficou à frente em sete das nove ilhas da região, de forma clara e inequívoca”, afirmou, realçando que existe o precedente de 1996, quando Carlos César liderou o governo regional apesar de PSD e CDS terem mais mandatos na assembleia legislativa regional.

“Somos e continuamos a ser uma referencial de estabilidade, de segurança e de fazer cumprir a vontade dos açorianos”, disse Vasco Cordeiro, garantindo “toda a disponibilidade para construir uma solução de governo que dê segurança, em diálogo e em concertação, para que no final deste processo sejam os açorianos que ganham”. Afastada deixou a hipótese, admitida pelo líder regional social-democrata José Manuel Bolieiro, de a assembleia legislativa regional dos Açores, na qual a direita pode atingir a maioria absoluta, encontrar uma alternativa.

Ainda segundo Vasco Cordeiro, que teve a seu lado o antecessor (e atual presidente nacional do PS) Carlos César, as eleições deste domingo “não foram um plebiscito ao governo regional” e sim a “escolha entre vários projetos para a região colocados em cima da mesa”, tendo sido o do PS aquele que recolheu mais votos, com 39,1% do total e 25 mandatos, à frente do PSD, que teve 33,7% dos votos e 21 deputados.

Confrontado com perguntas de jornalistas sobre as suas declarações durante a campanha eleitoral, apontando a possível perda de maioria absoluta do PS como sendo conducente a uma crise política, Vasco Cordeiro negou que a região autónoma se tenha tornado ingovernável. “É um cenário mais exigente, mas corresponde à vontade dos açorianos”, disse, garantindo que tudo fará “para garantir que os Açores têm todas as condições para ultrapassar a tormenta da Covid-19”.

Sem querer comentar os paralelismos entre a situação decorrente das eleições regionais deste domingo e a situação que Portugal viveu em 2015, quando a coligação de centro-direita Portugal à Frente foi a mais votada, mas ficou aquém da maioria absoluta, pelo que o segundo governo de Pedro Passos Coelho acabou derrubado na Assembleia da República, Vasco Cordeiro também se esquivou a comentar o facto de António Costa ter sido o único líder dos principais partidos nacionais a não participar na campanha eleitoral açoriana. “É uma vitória de todos os socialistas portugueses”, disse o líder do partido mais votado.

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