[weglot_switcher]

Venda de 51% do Finibanco Angola ao Access Bank rende 17,2 milhões de euros ao Banco Montepio

A intenção estratégica do Access Bank é reforçar a participação no Finibanco até 100% para solidificar a posição no sector financeiro de Angola, diz o responsável pelo banco nigeriano, Roosevelt Ogbonna.
6 Julho 2023, 07h30

O Banco Montepio anunciou esta quarta-feira, 5 de julho, a venda de 51% do capital social e dos direitos de voto que detinha no Finibanco Angola ao banco nigeriano Access Bank, pelo valor de 17,2 milhões de euros.

Concluída a operação, o Banco Montepio perdeu o controlo da subsidiária Finibanco Angola, apesar de manter uma participação equivalente a 29,22% do capital social do banco angolano.

O responsável pelo Access Bank, Roosevelt Ogbonna, na rede Linkedin, admitiu que objetivo é reforçar oara 100%.

“A nossa intenção estratégica é reforçar a nossa participação no Finibanco até 100 por cento para solidificar a nossa posição no sector financeiro de Angola e permitir-nos fornecer uma gama alargada de serviços e soluções financeiras aos nossos valiosos clientes na região, alavancando a nossa rede de distribuição expansiva, a melhor tecnologia da classe, os padrões de governação de risco e as principais práticas de governação”, refere Roosevelt Ogbonna.

“O Grupo Banco Montepio concluiu a venda de 51% do capital social e dos direitos de voto que detinha no Finibanco Angola (FNBA) ao Access Bank, pelo valor de 15.790.115 milhares de kwanzas, com o contravalor de 17,2 milhões de euros”, indicou o banco português num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Na sequência do acordo assinado em outubro de 2022 com o Access Bank, a venda desta participação tem um efeito estimado positivo nos rácios de capital que ascende a 16 p.b., em linha com a comunicação divulgada em 4 de outubro de 2022, revela a instituição.

“A desconsolidação desta participada representa mais um importante passo na execução dos compromissos assumidos no Programa de Ajustamento implementado na Instituição, nomeadamente no que diz respeito à simplificação da estrutura societária do Grupo e enfoque no mercado doméstico”, diz o grupo em comunicado.

De acordo com as normas contabilísticas aplicáveis, a venda de 51% traduz a perda de controlo da subsidiária e permite a desconsolidação da totalidade da participação detida no FNBA nas demonstrações financeiras consolidadas com referência a 30 de junho de 2023.

“Em conformidade com o estipulado na IAS 21, esta desconsolidação implica a reciclagem da reserva cambial negativa estimada em 116 milhões de euros para a rubrica Resultados de operações em descontinuação (com impacto global negativo estimado de 105 milhões de euros na demonstração de resultados consolidados, face aos valores divulgados com referência a 31 de março de 2023), não determinando, no entanto, qualquer alteração nos capitais próprios do Grupo Banco Montepio”, explica o banco.

O Grupo Banco Montepio mantém uma participação equivalente a 29,22% do capital social do FNBA, cujo processo de venda está em fase de finalização, dependendo da aprovação das entidades de supervisão e regulação, sendo expectável que seja concluído no decurso do segundo semestre de 2023.

Em 2010, o Montepio comprou o Finibanco e ficou também com uma participação maioritária no Finibanco Angola. Em 2015, foi feito um acordo para vender cerca de 30,57% do banco angolano a “parceiros locais”, tendo-se confirmado depois que foi ao empresário angolano Mário Palhares.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.