Nicolas Maduro venceu as eleições presidenciais na Venezuela, que se realizaram este domingo, 28 de julho, com 51,20% dos votos, anunciou hoje o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano.
Maduro, reeleito para um terceiro mandato consecutivo, obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.
Os resultados foram anunciados depois de contados 80% dos boletins de voto e 59% dos eleitores terem comparecido às urnas. O resultado “é irreversível”, declarou o presidente do CNE.
Do lado contrário, a oposição venezuelana reivindicou a vitória nas eleições, com 70% dos votos, como afirmou à imprensa a líder oposicionista Maria Corina Machado, afirmando que foi esse o resultado por Edmundo Gonzalez Urrutia.
“Ganhámos” com ‘70% dos votos’, “’a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzalez Urrutia’”, declarou à imprensa em Caracas, recusando reconhecer o resultado anunciado pelo CNE.
O histórico do regime de Nicolás Maduro – cada vez mais longínquo do legado de Hugo Chávez – e algumas palavras do presidente-candidato durante a campanha para as presidenciais levam as forças de oposição a temerem o que se poderá passar no ‘dia seguinte’.
Reeleito, Nicolás Maduro prometeu “paz, estabilidade e justiça” para a Venezuela, num discurso proferido pouco depois de anunciada a vitória, perante apoiantes que festejavam à porta do Palácio Presidencial, em Caracas.
“Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito pela lei. Sou um homem de paz e de diálogo”, afirmou, quando a campanha e as eleições decorreram num clima de tensão, com a oposição a denunciar numerosas intimidações e detenções.
Maduro, no poder desde 2013, pediu ainda “respeito pela vontade popular”.
As sondagens feitas antes das eleições apontavam para uma vantagem clara do candidato da oposição, o que fazia temer o ‘dia seguinte’ a uma eventual derrota do regime.
Sabendo que este temor é real, o presidente garantiu que respeitaria o resultado das eleições presidenciais, apelando ainda aos restantes nove candidatos que fizessem o mesmo. “Reconheço e reconhecerei o árbitro eleitoral [referindo-se ao CNE], os boletins oficiais e assegurarei que esses sejam respeitados”, declarou Maduro aos jornalistas após votar e citado pela Lusa.
Maduro reiterou o que disse ao longo da campanha eleitoral, ou seja, que a sua candidatura é “a única garantia de paz” no país. Questionado sobre o reconhecimento dos resultados em caso de derrota eleitoral, sublinhou que o relatório do CNE “não só será reconhecido, como defendido, numa perfeita união civil-militar”, posteriormente garantindo que tudo correrá bem.
A oposição e observadores internacionais denunciaram diversas situações regulares durante o processo eleitoral.
Para alguns analistas, o ‘número’ que os deputados do Partido Popular Europeu (PPE) – incluindo o português Sebastião Bugalho – fizeram com a viagem para a Venezuela no passado sábado, não é nada que venha ajudar a oposição. Os deputados do PPE sabiam que não tinham o estatuto de observadores internacionais e que por isso seriam impedidos de entrar no país nessa qualidade. Mesmo assim foram.
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