A Venezuela votou favoravelmente a anexação unilateral do Esequibo, uma região rica em gás natural atualmente administrada pela Guiana. Num referendo com pouca afluência, o povo venezuelano votou esmagadoramente a favor da anexação da região, dando luz verde ao plano de Nicolas Maduro para a sua modernização.
Uma região rica em gás natural, petróleo, ouro e outros minérios, o Esequibo, ou Guiana Esequiba, encontra-se no meio de uma disputa entre venezuelanos e guianeses há várias décadas, fruto de partilhas coloniais. Este domingo, Caracas realizou um referendo para procurar resolver a questão unilateralmente, reportando um resultado de 95% de apoio à anexação.
A discórdia originou com a atribuição a administração da região à Guiana por força de um tratado assinado em Paris em 1899, tratado esse não reconhecido por Caracas. Mais recentemente, com a descoberta de bolsas de crude com elevado potencial para exploração comercial, o interesse no Esequibo renovou-se, entrando em nova fase.
O Tribunal Internacional Penal havia já alertado, no início de dezembro, contra as intenções venezuelanas de anexar o território, mas o governo de Maduro ignorou os avisos. Segundo o líder venezuelano, a ideia é modernizar o território de cerca de 160 mil km2, o dobro da dimensão portuguesa, e atribuir nacionalidade aos seus cerca de 125 mil habitantes.
“O povo falou alto e claro e vamos iniciar uma nova e poderosa etapa, porque temos o mandato do povo, temos a voz do povo”, afirmou Maduro à população após o referendo, que contou com pouco mais de 10 milhões de votos, reportou a Comissão Nacional de Eleições venezuelana.
Ainda assim, e apesar da luz verde dada pela população venezuelana, os peritos acreditam que a tensão não irá escalar. Um dos motivos é o facto de a Guiana contar com o apoio dos EUA, Reino Unido e UE, além do Brasil, que avisou logo estar pronto para ajudar militarmente.
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