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Ventura vs Marcelo: dos elogios às “linhas vermelhas” passando pelas críticas ferozes na noite eleitoral

Em poucas semanas, André Ventura passou dos elogios a Marcelo Rebelo de Sousa, por lhe ter dito em privado que não seria obstáculo a um Governo com o Chega, às críticas ferozes após notícia do “Expresso” que garantiu o contrário. Esta segunda-feira reencontram-se em Belém.
17 Março 2024, 20h30

A audição do Chega esta segunda-feira no Palácio de Belém por parte do Presidente da República marca o primeiro encontro entre André Ventura e Marcelo Rebelo de Sousa depois de um final de campanha em que o líder do terceiro partido mais votado teceu severas críticas dirigidas ao chefe de Estado.

Há uma semana, e após terem sido conhecidos os resultados eleitorais (que determinaram que o Chega passaria a ter 48 deputados no Parlamento), André Ventura dedicou palavras amargas a Marcelo Rebelo de Sousa após uma notícia do “Expresso” em que o Presidente da República faria tudo o que estivesse ao seu alcance para que o Chega não integrasse o próximo Governo.

“Esta é uma vitória que tem de ser ouvida no Palácio de Belém, onde um Presidente da República procurou, à última hora, condicionar o voto dos portugueses”, realçou o presidente do Chega que adiantou ainda que “o bom povo português sabia o que queria, não se deixou condicionar, e disse ao Palácio de Belém que quem escolhe o Governo são os portugueses”.

No entanto, André Ventura chegou a elogiar Marcelo Rebelo de Sousa durante o período de pré-campanha. No final de fevereiro, e em entrevista ao “Diário de Notícias” em que foi confrontado com uma situação de provável impasse governativo, em face de não se chegar a uma maioria estável no Parlamento para suportar um Executivo, o líder do Chega considerou que “os Governos de iniciativa presidencial ficaram sem espaço de legitimidade após as últimas revisões constitucionais” e que o Presidente da República “não é eleito para criar Governos”.

André Ventura admite que esse cenário “até podia ser aceitável para a maioria dos portugueses” mas que poderia pecar “em termos de legitimidade política”. Assim, e recordando as palavras de Marcelo, o presidente do Chega realçou que “os partidos têm de se entender”.

“Tenho sido muito crítico dele, mas foi o primeiro a garantir que não obstaculizaria uma solução que envolvesse o Chega. Dou-lhe esse crédito”, salientou o presidente do Chega.

O Chega foi o terceiro partido mais votado nas últimas eleições legislativas com um crescimento de 7,15% para 18,06% e de 385.573 votos para 1.108.797 votos.

O partido liderado por André Ventura passou de um grupo parlamentar de 12 deputados eleitos em 2022 para 48 parlamentares nas últimas eleições.

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