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Vice-presidente da SAD: “Este acordo é muito importante para a saúde financeira do Sporting”

O acordo prevê que o Sporting compre por 30 cêntimos cada um dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOC) detidos pelo Novo Banco e pelo BCP, que pagaram um euro por cada um destes títulos. A poupança face ao valor nominal é de 94,5 milhões de euros. Estas novas condições permitem aliviar a tesouraria do clube de Alvalade.
10 Outubro 2019, 14h33

Francisco Salgado Zenha, vice-presidente da SAD leonina, explicou às televisões o acordo com a banca anunciado esta quarta-feira. “Este acordo é muito importante para a saúde financeira do Sporting”, disse o vice-presidente do clube. “No entanto estamos muito longe de estar numa situação de estabilidade”, admitiu.

Francisco Salgado Zenha disse que “não houve nenhum perdão de dívida de 94,5 milhões, o que houve foi um acordo de alteração dos termos da reestruturação financeira”.

“Houve uma renegociação dos termos do acordo original de reestruturação financeira e o que nós procurámos fazer foi melhorar as condições existentes e foi isso o que fizemos”, disse o gestor, explicando “aquilo que nós conseguimos foi sanar dívidas por regularizar e resolver estes temas que vinham de trás com os bancos”.

O administrador do Futebol Clube do Porto, Fernando Gomes, veio a público dizer que “o Sporting está a ser beneficiado com um conjunto de apoios que não é permitido a outros clubes”.

O acordo de reestruturação financeira reduz o valor a pagar pelo clube na opção de compra dos valores mobiliários (VMOC – instrumento de dívida convertível em capital, ) colocados junto dos bancos.

Já tinha sido admitido em novembro do ano passado e foi agora anunciada a formalização do acordo que permite ao Sporting Clube de Portugal reduzir a dívida bancária em cerca de 94,5 milhões de euros. Esta redução resulta de uma reestruturação da dívida que passa por o clube comprar as posições do Novo Banco e do BCP na estrutura financeira do clube por 30% do valor pago pelos bancos.

O acordo prevê que a Sporting SAD compre por 30 cêntimos cada um dos valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em ações (VMOC) detidos pelo Novo Banco e pelo Banco Comercial Português (BCP), que pagaram um euro por cada um destes títulos. Ou seja, a SAD vai pagar aos dois bancos 40,5 milhões por estes VMOC que valiam 135 milhões.

Foram ainda revistas as condições do reembolso obrigatório e de reforço das contas reservas no sentido de diminuir a percentagem de 50% para 30%  de fundos gerados pelas mais-valias obtidas com a venda de passes de jogadores que teria de ser entregue para cumprir as obrigações financeiras assumidas face aos bancos. Destes 30%, 15% passam a ser canalizados para o reembolso antecipado obrigatório, enquanto os restantes 15% servirão para reforçar a conta reserva.

Foi também anunciada uma redução da percentagem do mecanismo que fixava uma fatia de cash-flow disponível após serviço da dívida de 60% para 20%, percentagem essa que ficará reservada para o reembolso antecipado e para o reforço de contas reserva.

O Sporting informa ainda que, no quadro deste acordo, “procedeu à regularização de todas as obrigações pecuniárias vencidas, encontrando-se em cumprimento perante os bancos”.

Segundo o comunicado enviado à CMVM, na noite desta quarta-feira, foram formalizadas as alterações aos contratos de financiamento entre o Grupo Sporting e os bancos Millennium bcp e Novo Banco, tendo sido acordado, designadamente, o seguinte:

A opção de compra dos Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC): alteração dos termos da opção de compra dos VMOC tendo sido fixado um preço unitário fixo correspondente a 0,30 euros por VMOC, obrigatoriamente extensível à totalidade dos VMOC denominados “Valores Sporting 2010” e “Valores Sporting 2014” que sejam detidos pelos Bancos à data do exercício da opção de compra, sujeito à obrigação de utilização exclusiva dos saldos futuros das Contas Reserva para aquisição de VMOC.

Foi ainda acordada a alteração de diversas condições de reembolso obrigatório e reforço das Contas Reserva, nomeadamente: a redução da percentagem de afectação de fundos do “Excesso de venda de passes de jogadores” de 50% para 30%, na proporção de 15% ao reembolso antecipado obrigatório e 15% ao reforço das Contas Reserva e a redução da percentagem do mecanismo de Cash Sweep de 60% do Cash Flow Disponível após Serviço da Dívida Permitida para 20%, a afectar na proporção de 10% ao reembolso antecipado obrigatório e 10% ao reforço das Contas Reserva.

O que é o Cash Sweep? É o uso do excesso do dinheiro em caixa da empresa (cash flow) para pagar dívidas pendentes antes da data programada do pagamento.

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