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Viktor Orbán defende isenção de vistos dos cabo-verdianos na União Europeia

“Não é bonito quando o mais pequeno oferece algo e não lhe é atribuído pela força maior, ou seja estamos a apoiar plenamente a isenção de visto”, disse o primeiro-ministro da Hungria, na Cidade da Praia.
  • Governo de Cabo Verde e Péter Szijjárto
29 Março 2019, 09h50

A declaração foi proferida após a assinatura de um conjunto de quatro acordos com o executivo de Cabo Verde para reforçar as relações bilaterais com o arquipélago. Contrariando a sua politica de restrição para migração, Viktor Orbán defendeu esta quinta-feira a isenção de visto no espaço da União Europeia. O chefe do governo húngaro apresentou como justificação o facto de Cabo Verde ter uma parceria estratégica com a comunidade única.

“Eu posso entrar no vosso país sem visto e a lógica no mundo é de reciprocidade com base no entendimento comum. Hungria é um país de 10 milhões de habitantes, na União Europeia há potencias mais fortes, mas não gostamos quando é a potencialidade das forças de um país a determinar as negociações. Não é bonito quando o mais pequeno oferece algo e não lhe é atribuído pela força maior, ou seja estamos a apoiar plenamente a isenção de visto”, argumentou.

O anúncio de Viktor Orbán foi bem acolhido pelas autoridades cabo-verdianas. O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que, no quadro da parceria, o seu país aspira a uma mobilidade plena no espaço comunitário.

O governante sublinhou ainda que se trata da primeira visita de um chefe do executivo da Hungria, o que pode ser entendido como um sinal de confiança mútua e amizade e de uma forte aposta nas relações que se vão desenvolver em áreas que identificadas. “Queremos atrair investimento, queremos atrair turismo e comercio para que as relações para alem de politicas e de cooperação sejam também económica”, disse Ulisses Correia e Silva.

Um dos protocolos assinado ontem entre os dois governantes contempla uma linha de crédito de 35 milhões de euros, montante que será utilizado, segundo o primeiro-ministro de Cabo Verde, para implementar o projeto de dessalinização de água para agricultura, utilização de águas residuais e novas técnicas de irrigação. Esta é uma forma de tornar o arquipélago menos dependente das chuvas, e ter mais alternativas no fornecimento e mobilização de água, de acordo com o governo.

Os outros documentos assinados incluíram uma carta de intenções relativa às negociações do acordo para evitar a dupla tributação e a prevenção da evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento e o acordo de promoção e proteção recíproca de investimentos.

Viktor Orbán está em Cabo Verde desde quarta-feira, acompanhado do ministro dos Negócios Estrangeiros e do Comércio Externo húngaro, Péter Szijjárto, e vários assessores. O primeiro-ministro da Hungria foi recebido pelo Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, e pelo presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos.

Atualmente, Cabo Verde e Hungria têm uma cooperação no domínio educacional e cultural, em que o governo húngaro concede ao arquipélago dez bolsas de estudo por ano, bem como uma assistência técnica para a implementação do método Kodaly no ensino da música. As relações entre as duas nações diminuíram a partir dos anos 90, e estão agora a ser retomadas com esta visita.

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