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Vinhos de Lisboa já exportam 80% da produção

Os produtores da região exportam para mais de 70 mercados, sendo que mais de metade das vendas no exterior são para países fora da União Europeia.
9 Novembro 2019, 20h04

A região dos vinhos de Lisboa já exporta 80% da sua produção anual, assegurou ontem, dia 8 de novembro, Francisco Toscano Rico, presidente da CVR (Comissão Vitivinícola da Região de) Lisboa, no jantar de apresentação dos prémios relativos ao último ano, que decorreu na sede da Câmara Municipal de Lisboa

De acordo com Francisco Toscano Rico, “a região de Lisboa exporta hoje 80% da sua produção, para mais de 70 mercados, e mais de metade dos produtores já exporta para fora da União Europeia, o que mostra bem a vocação de internacionalização” desta área vitivinícola nacional.

O presidente dos vinhos de Lisboa considera que há um “reconhecimento crescente da qualidade dos vinhos de Lisboa por parte dos consumidores e por parte da imprensa especializada”, sublinhando que “as vendas estão a crescer 20%” tanto no mercado interno, como na exportação, “todos os meses novos recordes absolutos, a este ritmo poderemos chegar às 60 milhões de garrafas consumidas em 2019, o que é fantástico”.

“No mercado nacional assistimos também a uma valorização dos preços dos vinhos de Lisboa, o que é essencial para garantirmos uma viticultura competitiva”, assinalou Francisco Toscano Rico.

O presidente dos vinhos de Lisboa adiantou também que “assistimos também à entrada na região de grandes empresas que são bem-vindas e que vão ajudar a projetar ainda mais a marca ‘Lisboa'”.

“Vemos também surgir muitos projetos de pequena dimensão, mas com uma enorme qualidade e uma imagem muito bem pensada e conseguida e que ajudam imenso na afirmação da região como produtora de vinhos de grande qualidade”, assinalou o presidente da CVR Lisboa.

Francisco Toscano Rico salientou ainda que “80% dos viticultores [da região] são associados das adegas cooperativas”.

O presidente dos vinhos de Lisboa revelou que o objetivo é chegar a 2050 como “a região vitivinícola mais competitiva de Portugal”, apresentando dois eixos estratégicos de trabalho.

“O primeiro é continuar a trabalhar no reforço da credibilidade e reputação da marca ‘Lisboa’ como região vinhateira produtora de vinhos de excelência e isso significa duas coisas: mais e melhor controlo, por um lado para garantirmos capacidade de resposta em tempo útil aos pedidos de certificação dos nossos produtores e por outro para garantirmos a qualidade e autenticidade dos vinhos que estão no mercado”, esclarece este responsável.

No entender de Francisco Toscano Rico, o segundo eixo, “é o reforço da notoriedade da marca ‘Lisboa’ e das suas DO [denominações de origem] tanto no mercado português, como internacional”.

O presidente dos vinhos de Lisboa garantiu que outro dos objetivos para o próximo ano é continuar a trazer à região jornalistas nacionais e internacionais e também importadores dos nossos mercados principais, como os Estados Unidos, Brasil, Canadá e países escandinavos.

“São muitos os desafios que temos pela frente. É no enoturismo que estão as melhores oportunidades para crescermos mais em valor e, sendo verdade que já temos ótimas unidades a trabalhar de forma exemplar na região, temos e podemos fazer muito melhor na estruturação da oferta”, opinou Francisco Toscano Rico.

No entender deste responsável, “o vinho só faz sentido com toda a sua ligação ao território e é muito bom termos os municípios profundamente comprometidos com o setor e com muito trabalho já feito.

Sobre a reforma da PAC – Política Agrícola Comum, que caminha para um acordo final, o presidente dos vinhos de Lisboa assegurou que “a região de Lisboa está disponível para apoiar uma redução importante dos apoios comunitários à reestruturação das vinhas de forma a que com o mesmo envelope financeiro possamos financiar mais agricultores e mais hectares de vinha”.

“A região reestruturou mais de 50% das suas vinhas nos últimos 15 anos, com novos modelos produtivos, sendo essencial que este instrumento de financiamento chegue a um número cada vez maior de viticultores, queremos um Vitis mais universal e com isso conseguirmos mais eficiência e eficácia na utilização dos dinheiros públicos”, exigiu este responsável.

De acordo com Francisco Toscano Rico, “na área das alterações climáticas, como muitos saberão, este ano mais de metade das vinhas da região integraram o seguro coletivo de colheitas, perfazendo um total de 20 milhões de euros de capital seguro, sendo este um instrumento fundamental para a proteção dos investimentos e rendimentos dos viticultores, e que queremos repetir no próximo ano”.

O concurso dos vinhos de Lisboa relativo a 2019 atribuiu mais de meia centena de medalhas de prata e de ouro, incluindo três medalhas de excelência para o vinho branco Página 2018 (Alvarinho), da Romana Vini; para o vinho de colheita tardia (‘late harvest’, branco, com casta Semillon) Quinta do Convento de Nossa Senhora da Visitação, da colheita de 2015, para a produtoras com o mesmo nome; e para o vinho tinto Zavial Reserva, também de 2015 (casta Syrah), da Vidigal Wines.

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