Virgilio Martínez, reconhecido chef e empreendedor peruano, partilhou a sua visão sobre a restauração, sublinhando que “não posso comportar-me como um cozinheiro ou como um gestor ou empreendedor. Somos um pouco de tudo. Não podemos olhar para o restaurante como uma mera empresa, mas sim como algo inovador. É uma inovação”.
Com uma vasta experiência em cozinhas tradicionais pela Europa, Martinez percebeu que esse modelo não se adaptava ao contexto do Peru. “Criámos pratos que nos transportam para um outro lugar que nos relembram outros espaços físicos no mundo”, explicou, destacando a importância da criatividade na gastronomia.
A afirmação surgiu em conversa com Miguel Poiares Maduro na conferência “Chefs, Economia e Sustentabilidade – Um Diálogo Global à Mesa”, realizada esta segunda-feira, no Museu Soares dos Reis, no Porto. Um evento no qual Virgilio Martínez, do restaurante Central, distinguido como o melhor restaurante do mundo no mais recente ranking World’s 50 Best Restaurants, abordou a sua visão sobre o negócio.
O chef salientou a relevância da excelência, não apenas na apresentação dos pratos, mas também na hospitalidade. Considera importante “a excelência no prato, na hospitalidade. Temos que ter o luxo de receber pessoas que venham para desfrutar e que saiam com um sorriso”, afirmou, destacando a importância do fator humano na restauração.
Por outro lado e para tornar o seu restaurante sustentável, Martínez reconheceu que era crucial estabelecer uma boa relação com as pessoas, especialmente com os agricultores. “Por isso começamos a trabalhar a terra em conjunto com os agricultores”, disse, sublinhando o papel da agricultura local na sustentabilidade do negócio.
O chef ficou satisfeito ao ver que “o produto local foi recuperado, as pessoas retomaram hábitos que perderam ao longo dos anos, cultivando raízes e tubérculos como faziam no passado”. Expressou a esperança de que estas ideias sejam replicadas por outros e que as gerações futuras continuem a usar esta estratégia, afirmando que “já o estão a fazer”.
A sustentabilidade é um tema incontornável para os cozinheiros de todo o mundo e o aumento da exigência dos clientes tem levado a uma procura crescente por produtos autênticos e de qualidade. Para debater a importância económica da indústria alimentar e das indústrias que esta impacta, como a agricultura, a pecuária ou a pesca, a Forbes Portugal e O Jornal Económico, numa parceria com o Turismo de Portugal, a TSF e o JN, reuniram vários especialistas para partilhar a sua visão sobre o tema nesta conferência denominada “Chefs, Economia e Sustentabilidade – Um Diálogo Global à Mesa”.
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