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‘Vistos Gold’: Retirar Lisboa e Porto é “sinal negativo para investidores”, diz APEMIP

A medida apresentada pelo PS foi rejeitada pela associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal que considera que a medida vai no sentido de tentar travar a procura no mercado, em vez de promover o aumento da oferta.
  • Cristina Bernardo
28 Janeiro 2020, 13h33

A proposta sugerida pelo Partido Socialista que prevê a limitação da atribuição de ‘vistos gold’ nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto foi rejeitada pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP).

Em comunicado, a organização considera que a medida seria “contraproducente” e que vai no sentido de tentar travar a procura no mercado, em vez de promover o aumento da oferta. O presidente da organização afirma compreender a necessidade de serem feitos ajustes nas zonas onde existe uma maior pressão imobiliária, mas afirma que “retirá-las do programa é mudar as regras a meio do jogo e um sinal negativo que estamos a passar aos potenciais investidores”.

“Compreenderia o aumento do valor mínimo de investimento nestes concelhos, que poderia passar de 500 mil euros para um milhão, por exemplo, mas não posso concordar que seja retirada a oportunidade de investir, sobretudo tendo em conta que se está a considerar toda a área metropolitana”, declara Luís Lima.

Segundo Ana Catarina Mendes, a ideia desta medida seria “retirar pressão das áreas metropolitanas” dando resposta ao problema da “especulação imobiliária” e  incentivar o investimento em zonas do interior” restringindo a atribuição de vistos gold “nas comunidades intermunicipais do interior e nas regiões autónomas” e para investimento que “crie emprego”. A líder parlamentar do PS recusa que esta medida possa vir a afugentar os investidores de Portugal: “Não queremos afastar os investidores mas atraí-los para outras zonas do país”.

O representante da APEMIP acrescenta, na mesma nota, que a promoção da descentralização do investimento para o interior do país seria um “estímulo positivo”, mas realça que a delimitação das zonas poderá deixar de fora regiões que também precisam que este investimento lhes chegue.

Desde a criação do incentivo dos ‘vistos gold’ em 2012, foram atribuídas 8207 autorizações de residência, que correspondem a um investimento de mais de 4.9 mil milhões de euros em Portugal, dos quais 4.5 mil milhões correspondem a imobiliário. Só em 2019, este investimento representou mais de 660 milhões de euros.

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