O ex-administrador do Novo Banco, que está sob os holofotes do Ministério Público por causa da investigação a Luís Filipe Vieira, pediu ao Novo Banco uma auditoria interna para analisar todas as suas condutas que são referidas pelo despacho do juiz Carlos Alexandre, confirmou ao Jornal Económico Vítor Fernandes, que explicou que avançou com esse pedido na sequência das questões que lhe foram colocadas pelo Banco de Portugal.
O supervisor está a tentar verificar os factos de forma a decidir se tem ou não de reabrir o processo de avaliação da idoneidade a Vítor Fernandes, que está indigitado para presidente do conselho de administração do Banco Português de Fomento.
O ex-administrador do Novo Banco, que está sob fogo cruzado por ter sido escolhido pelo Ministério da Economia para chairman do Banco de Fomento, fez no sábado o pedido de uma auditoria ao seu comportamento na operação de crédito da Imosteps, de Luís Filipe Vieira. A notícia avançada pelo jornal online “Observador” e confirmada pelo Jornal Económico.
O Novo Banco por sua vez também confirmou o pedido de uma auditoria interna aos quadros do banco que são mencionados no despacho de acusação do Ministério Público. Portanto o pedido de Vítor Fernandes, reforça uma auditoria que já estava pedida e em curso, com vista a demonstrar que não há nada de ilegal na atuação dos diretores e do administrador do banco liderado por António Ramalho.
O Ministério Público defende que Luís Filipe Vieira encetou diligências para comprar a dívida da sua Imosteps ao Novo Banco (com valor nominal de 54,3 milhões de euros), por um valor reduzido, “com apoio da própria estrutura do credor [Novo Banco], quer ao nível do respetivo departamento que acompanhava a dívida, por intermédio de João Castro Simões e Pedro Pereira, quer dos membros do Conselho de Administração, como Vítor Fernandes.
“Visavam os referidos suspeitos [Luís Filipe Vieira e Tiago Vieira] recuperar para a sua esfera pessoal a participação da Imosteps na OATA, uma vez que conheciam os ativos detidos por esta última, bem como libertarem-se das garantias pessoais dadas ao Novo Banco”, lê-se no despacho assinado pelo juiz Carlos Alexandre.
A auditoria interna foi lançada logo no dia após as buscas que foram realizadas na instituição financeira, relacionadas com o caso da Imosteps, empresa de Luís Filipe Vieira. Também Vítor Fernandes foi alvo de buscas.
Vítor Fernandes que está indigitado para presidente do Banco de Fomento, é suspeito de ter transmitido informação privilegiada a Luís Filipe Vieira. Também um jurista do Novo Banco, Álvaro Neves, é mencionado no despacho.
O objetivo da auditoria interna é averiguar se houve alguma violação das regras de compliance, mas o Jornal Económico sabe que António Ramalho olhou para o despacho e não vê ali qualquer ilegalidade que possa ser apontada ao Novo Banco.
Vítor Fernandes quebrou hoje o silêncio respondendo em exclusivo ao Jornal Económico sobre as questões relacionadas com esta operação.
“Manifesto a minha surpresa pelas referências processuais que me são feitas no quadro do referido processo, já que não encontro correspondência nessas referências com o tipo de intervenção que caracterizou o desempenho das funções que exerci no Novo Banco”, disse ao Jornal Económico Vítor Fernandes.
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