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Vladimir Putin: “Vamos defender a Rússia da traição interna”

O presidente da Rússia falou ao país após uma madrugada muito tumultuosa que terá resultado na tomada de duas cidades russas por parte do grupo Wagner. “Vamos defender a Rússia da traição interna”, garantiu Putin.
Putin
24 Junho 2023, 08h18

O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou hoje de “traição” a rebelião armada promovida pelo líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, prometendo “defender o povo” e a Rússia, numa declaração divulgada pela televisão russa.

“Aquele que organizou e preparou a rebelião militar traiu a Rússia e vai responder por isso”, declarou Putin, durante um discurso à nação transmitido pela televisão pública.

Putin não identificou Prigozhin pelo nome e quis distingui-lo das forças do grupo Wagner, pedindo “àqueles que foram pressionados a provocar esta rebelião militar” para depor as armas, no que denunciou como uma “punhalada” nas tropas russas e no povo.

“As nossas ações para defender a pátria desta ameaça serão muito duras e os responsáveis serão levados à justiça”, afirmou o presidente russo, que, no entanto, confirmou que a situação em Rostov é “difícil” e que as suas forças estão a tentar agora estabilizar a situação.

O chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, apelou a uma rebelião contra o comando militar russo, que acusou de atacar os seus combatentes.

Hoje de manhã, Prigozhin anunciou que o grupo paramilitar controla as instalações militares e o aeródromo de Rostov, uma cidade-chave para o ataque da Rússia à Ucrânia.

O líder do grupo paramilitar disse ter 25.000 soldados às suas ordens e prontos para morrer, instando os russos a juntarem-se a estes numa “marcha pela justiça”.

Prigozhin acusara antes o Exército russo de realizar ataques a acampamentos dos seus mercenários, causando “um número muito grande de vítimas”, acusações negadas pelo Ministério da Defesa da Rússia.

As acusações de Prigozhin expõem as profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.

O líder do grupo Wagner já tinha afirmado que o Exército russo está a recuar em vários setores do sul e leste da Ucrânia, Kherson e Zaporijia, respetivamente, e em Bakhmut, contrariando as afirmações de Moscovo de que a contraofensiva de Kiev era um fracasso.

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