A Vodacom ultrapassou os 12 milhões de clientes em Moçambique, um aumento de 6,8% no último ano, mas as receitas caíram 12,8%, influenciado pela tensão pós-eleitoral, segundo o relatório e contas da operadora móvel.
“Moçambique teve um ano desafiador, com uma queda de 12,8% [nas receitas] devido à reavaliação de preços e às tensões pós-eleitorais. Felizmente, o impulso comercial [para o grupo Vodacom] de Moçambique melhorou em março de 2025, abrindo espaço para um ano fiscal de 2026 melhor”, lê-se no relatório financeiro do ano fiscal (2025) terminado em 31 de março, a que a Lusa teve hoje acesso.
A operadora internacional refere igualmente no documento – com dados ainda das operações no Lesoto, Tanzânia, República Democrática do Congo, África do Sul e Egito – que as receitas da Vodacom Moçambique recuaram globalmente 11,1% (já tinham caído 11,8% no ano fiscal anterior), para 20.673 milhões de meticais (286,4 milhões de euros), contra 23.259 milhões de meticais (322 milhões de euros) no exercício um ano antes.
De acordo com o relatório, a receita média por cliente da Vodacom Moçambique caiu em 31 de março de 2025 para 124 meticais (1,71 euros) por mês, menos 17,9% face aos 151 meticais (2,10 euros) em 31 de março de 2024, tal como já tinham caído no ano anterior.
No sentido contrário, no final de março a Vodacom Moçambique contava com cerca de 12.453.000 clientes, contra 11.658.000 em março de 2024 e 10.742.000 em 2023.
“Como era de esperar”, a Vodacom refere que o negócio em Moçambique foi “impactado pelas tensões pós-eleitorais” – de contestação ao processo envolvendo as eleições gerais de 09 de outubro -, embora reconheça que o “impulso dos esforços de paz” permitirá “melhores perspetivas para o ano fiscal de 2026”.
No relatório do exercício anterior, terminado em 31 de março de 2024, em que apesar de o número de clientes também ter subido a Vodacom Moçambique viu igualmente as receitas cair, a administração do grupo de telecomunicação já tinha admitido tratar-se de um “desempenho dececionante”.
“Com a diminuição das receitas de serviços durante o ano, mas as recentes reformas regulamentares sobre preços deverão melhorar significativamente as perspetivas do mercado”, referia o relatório financeiro do ano fiscal terminado em 31 de março de 2024, noticiado no ano passado pela Lusa.
Face à forte contestação popular ao aumento das tarifas no ano passado, envolvendo as três operadoras da rede móvel, o Governo moçambicano orientou, no final de maio de 2024, o Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique a reverter essa atualização, o que se mantém desde então.
A Vodacom Moçambique opera nas telecomunicações – uma das três com atividade no país – desde 2003, tendo como acionistas a Vodacom International (85%) e parceiros locais, como a Empresa Moçambicana de Telecomunicações (1,99%), a Intelec Holdings (6,5%) e a Whatana Investments (6,5%).
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