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Vodafone vai lançar na bolsa empresa de torres de telecomunicações no início de 2021

O grupo britânico quer separar-se da Vantage Towers, mas sem perder o controlo maioritário. O objetivo é monetizar ativos e libertar verbas para a operação ‘core’ do grupo Vodafone. A entrada no mercado de capitais da Vantage Towers deverá acontecer na bolsa de Frankfurt.
17 Novembro 2020, 07h35

O grupo Vodafone, onde está integrada a Vodafone Portugal, vai lançar uma IPO (oferta pública inicial) sobre a Vantage Towers, a sua unidade de negócio de torres de telecomunicações, no início de 2021, segundo o relatório de contas trimestrais do grupo divulgado esta segunda-feira. O grupo britânico deverá querer lançar a empresa na bolsa de Frankfurt.

“A IPO da Vantage Towers está no caminho certo para o início de 2021. A Vantage Towers é uma das maiores operadoras de infraestruturas geograficamente diversificada, com oportunidades de crescimento significativas”, lê-se no documento.

O grupo britânico quer separar-se da Vantage Towers, que controla 68 mil torres em nove países, mas sem perder o controlo maioritário. Lançando esta unidade de negócio em bolsa, o grupo quer garantir que a Vantage Towers se torne numa empresa independente, do ponto de vista operacional. Como? “Através de contratos de longo prazo, estruturas de incentivo de gestão claras e uma governance de dois níveis, liderada por um presidente independente”, adianta o grupo no relatório.

Por isso, o grupo vai “envidar todos os esforços para garantir que a estrutura de capital” da gestora das suas torres permita maximizar oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico, assegurando que o valor “para os acionistas seja otimizado”.

De acordo com o “Financial Times” (FT), o grupo Vodafone deverá anunciar esta terça-feira mais detalhes financeiros sobre a sua divisão de torres, incluindo a potencial da cotação, que recursos pretende levantar e dividendos. A entrada no mercado de capitais da Vantage Towers deverá acontecer na bolsa de Frankfurt.

A operação servirá para libertar verbas nas contas do grupo, uma vez que as infraestruturas de telecomunicações são ativos avaliados em valores muito mais elevados do que as operadoras de telecomunicações. A Vodafone está a seguir a tendência do setor, focando-se no core do seu negócio, serviços de comunicações.

O FT diz que a saída da unidade de negócio das torres de telecomunicações do grupo permitirá aliviar significativamente a dívida líquida da Vodafone, que ascendia aos 44 mil milhões de euros no final de setembro. Apesar dos altos níveis de geração de cash-flow, o setor europeu de telecomunicações continua altamente endividado devido aos elevados custos de aquisição de espetro e aquisições históricas.

De acordo com a Bloomberg, de 13 de novembro, a Vodafone planeia levantar cinco mil milhões de dólares (4,2 mil milhões de euros) com a operação da Vantage Towers.

Em julho, o grupo Vodafone anunciou a criação uma nova empresa para gerir as torres de telecomunicações que o grupo detém em vários países. Então designada por Tower Co., o grupo transferiu mais de 60 mil infraestruturas de dez países para essa empresa.

Segundo escreveu então a Bloomberg, 19.300 localizavam-se na Alemanha, 11 mil em Itália, 9.700 em Espanha, 6.600 no Reino Unido e as restantes 15.100 pertencem a outros países europeus nos quais o grupo tem presença. De acordo com o “Jornal de Negócios” e com a “Exame Informática”, entre os ativos constam 3.400 torres que pertenciam à Vodafone Portugal.

No verão, o grupo britânico fez saber que queria monetizar os ativos, colocando em bolsa a que diz ser a maior empresa gestora de torres telecomunicações da Europa. Contudo, a dimensão da Vantage Towers deverá ser superada pelo grupo Cellnex Telecom.

O grupo Cellnex Telecom fechou recentemente a aquisição de 30 mil ativos da Hutchinson, um negócio avaliado em 10 mil milhões de euros. Assim que estiver concluída a transação dos ativos empresa britânica para o grupo espanhol, a Cellnex estará presente em 12 países, prevendo controlar mais de cem mil infraestruturas de comunicações até 2030.

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