O IGCP – Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública regressa esta quarta-feira ao mercado para um leilão duplo de dívida de curto prazo, com o objetivo de angariar até 1.750 milhões de euros. A entidade presidida por Cristina Casalinho vai colocar duas linhas de Bilhetes do Tesouro (BT) com maturidades de seis e 12 meses.
“É expectável que Portugal se financie a taxas de juro negativas, em linha com o que se tem verificado”, antecipa Nuno Caetano, analista da corretora Infinox. “Com os bancos centrais a reassegurar o mercado de que estão prontos a agir, as yields das obrigações têm afundado nos últimos tempos e não se exclui a possibilidade de a dívida portuguesa de curto prazo atingir este marco”, acrescenta.
Nuno Caetano destaca ainda que se pode esperar “alguma procura aos dois leilões de curto prazo”, com os investidores a procurar alternativas à volatilidade que os mercados têm sentido nas últimas semanas, derivado das “incertezas referentes às tensões sentidas entre os EUA e o Médio Oriente”.
No último leilão comparável, a 18 de setembro, o Tesouro emitiu 1.250 milhões de euros em dívida a seis e 12 meses, com as taxas mais negativas face ao leilão de julho. Portugal pagou -0,44% para emitir mil milhões de euros em dívida a 12 meses, tendo a procura superado a oferta em duas vezes.
A instituição liderada por Cristina Casalinho emitiu ainda 250 milhões de euros em dívida a seis meses, com uma taxa de alocação de -0,463% e a procura superou a oferta em 4,7 vezes.
Segundo o programa de financiamento para 2020, o IGCP espera angariar 1,3 mil milhões de euros através da emissão de BT. No primeiro trimestre, prevê angariar até 4.500 milhões de euros na emissão de dívida a curto prazo, tendo um outro leilão duplo previsto para 19 de fevereiro e outro para 18 de março.
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