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Volatilidade no valor mais baixo desde outubro

O índice VIX registou o valor mais baixo desde meados de outubro e parece estar a marcar a agenda nos mercados financeiros.
FILE PHOTO – U.S. Customs and Border Protection (CBP) officials stand guard close to the border wall, as seen from Tijuana, Mexico, December 7, 2018. REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
15 Fevereiro 2019, 08h02

Esta pode ser a semana dos adiamentos como os acordos entre democratas e republicanos para o shutdown dos EUA que ainda poderá ficar resolvido – sem evolução do tema da fronteira com o México – e sobre o défice dos EUA face às exportações oriundas da China, que teria a data limite de 1 de março. Sobre este último fica a interessante percepção que a China quer vincar um posicionamento diplomático diferente ao que tem imprimido neste tema e que poderá ser extensível à sua relação preponderante com a Coreia do Norte, quando o atual presidente Trump procura deslocar as atenções para um possível encontro com Kim Jong-un.

O sentimento generalizado, reforçado pelos dados do PIB da Alemanha e da zona euro, validam os piores receios de que a economia do velho continente estagnou. O que tem sido um dos mais relevantes inputs do ecossistema dos mercados financeiros é o mais prolongado tempo de reduzidas taxas de juros, bastante patente nas taxas de juros implícitas das dívidas da Alemanha e dos EUA. A referência para a Europa, que é o contrato do futuro do Bund (segue as soberanas entre sete a dez anos) reflecte yields próximas de -0.40% e corresponde à cotação máxima de 2016, o que constitui um potente sinal de que a zona euro não irá registar num futuro previsível, melhores remunerações nos tradicionais depósitos bancários. Este fato não facilita o setor bancário que necessita de uma saudável curva de rendimentos em que no médio e longo prazos as taxas sejam superiores, criando dificuldades em gerar rentabilidade e em se manterem solventes, pelo menos aqueles que necessitam de atrair depósitos para sustentar as carteiras de crédito e de financiamento.

Após as colocações de dívida perpétua pelo BCP a 9,25% datada de final de janeiro e a colocação em USD do Banco Santander a 7,50%, esta já não pareceu que pagou um prémio pornográfico para ir ao mercado (com as necessárias e devidas distâncias nestas comparações), e o adiamento do exercício da call pelo gigantes espanhol (amortização antecipada das COCO’s a 6.25%), introduzindo um elemento de estupefação entre os investidores.

Nos EUA, os programas de recompras a ações próprias parece estar a recuperar para os valores de 2018, o que sugere que o crescimento das receitas e margens de ganhos pode estar limitada por via orgânica já que as empresas preferem colocar a tesouraria no controlo da empresa do que em fazer expandir os seus negócios.

O índice de volatilidade VIX registou o valor mais baixo desde meados de outubro passado e parece estar a marcar a agenda, que sazonalmente se traduz pelas estratégias orientadas para os dividendos anuais como as que caraterizam as empresas europeias que tendem a efectuar uma remuneração ao acionista.

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