A fabricante automóvel Volkswagen encerrou a investigação que iniciou em outubro de 2015 relativamente ao escândalo das emissões poluentes, que ficou conhecido por dieselgate, e defende que o ex-presidente do conselho de administração, Martin Winterkorn, e o ex-membro do conselho de administração do grupo e presidente da Audi, Rupert Stadler, devem pagar indemnizações pelos estragos causados e pela visão negativa com que a empresa ficou, revela a empresa em comunicado.
De acordo com o grupo alemão, Winterkorn e Stadler violaram o dever de cuidado ao abrigo da lei das sociedades anónimas. Ao longo da investigação com mais de cinco anos, os dois ex-executivos foram os únicos identificados como responsáveis pela situação, não tendo sido acusados outros membros do board.
Em 2015, a Volkswagen admitiu recorrer a um software ilegal para testar motores movidos a diesel nos Estados Unidos, o que desencadeou a maior crise automóvel do grupo alemão. Entre custas judiciais, reparos e multas, o escândalo dieselgate custou mais de 32 mil milhões de euros ao grupo.
Martin Winterkorn renunicou ao cargo de CEO a 23 de setembro desse mesmo ano, uma semana após o caso se tornar conhecido. Em 2018, Stadler viu o seu contrato como CEO da Audi ser rescindido pela Volkswagen, depois começar a ser alvo de uma investigação para o grupo saber se o executivo estava envolvido no caso da fraude de emissões.
O escritório de advogados Gleiss Lutz foi responsável por esta investigação dentro do grupo, tendo analisado todos os membros do Conselho de Administração, mais de 65 petabytes em dados, 480 milhões de documentos, dos quais 1,6 milhões foram classificados como relevantes, e mais de 1.550 entrevistas.
“Com base no resultado desta investigação, o Conselho Fiscal concluiu que Winterkorn violou os seus deveres de cuidado enquanto ex-presidente do conselho de administração da Volkswagen AG ao falhar, no período de 27 de julho de 2015 em diante, em esclarecer de forma abrangente e imediata as circunstâncias por trás do uso de softwares ilegais em motores diesel 2.0 TDI vendidos no mercado norte-americano entre 2009 e 2015”, lê-se na divulgação da Volkswagen esta sexta-feira.
“O Conselho Fiscal concluiu ainda que Rupert Stadler violou os seus deveres de prudência ao não assegurar, no período de 21 de setembro de 2016 em diante, que os motores diesel V-TDI 3.0l e 4.2l desenvolvidos pela Audi e instalados em veículos europeus da Volkswagen, Audi e Porsche foram investigados com relação a funções de software ilegais”, adianta ainda o comunicado do grupo alemão.
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