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Volume de colocação de escritórios vai cair 10% este ano

Apenas Roma e Bruxelas superaram Lisboa no volume de absorção de escritórios ao longo do primeiro semestre do ano, diz a Worx. No entanto, a perspetiva da Savills aponta para uma quebra de 10% na colocação de escritórios em 2019 face a 2018.
24 Agosto 2019, 19h00

Lisboa manteve – em percentagem – um volume de absorção de escritórios superior a grandes cidades como Paris, Berlim, Hamburgo, Barcelona, Madrid e Milão, afirma a consultora Worx em nota. Apenas Roma e Bruxelas apresentam uma performance melhor do que a capital portuguesa. Ao longo dos primeiros seis meses do ano foram colocados 110.069 m2, segundo a mesma fonte, o que representa mais 27% em face do primeiro semestre do ano anterior. Diz ainda a Worx que embora o take-up daquelas cidades e o volume de espaço colocado em Lisboa não tenha comparação, até porque são economias com pesos muito distintos, o valor do primeiro semestre em Lisboa revela “um sinal muito positivo do dinamismo da capital portuguesa que tem vindo a ganhar cada vez mais interesse e projeção internacional”.

Dados da Savills relativos aos primeiros sete meses deste ano indicam que julho último registou uma redução do take-up para metade em termos homólogos. Mas o valor acumulado está próximo dos 125 mil m2, o que significa estar ainda 9% acima do valor do mesmo período do ano passado. A Savills realça que para esta contabilização contribuiu os 21.100 m2 relativos a contratos de pré-arrendamento, pois caso contrário o valor final nestes primeiros sete meses estaria 9% abaixo do período homólogo. Ainda em julho foi o Corredor Oeste que absorveu 89% do take-up em Lisboa, um nível muito distante das zonas Prime CBD e zonas emergentes. A justificação para a quebra de julho, segundo a consultora Savills, está relacionada com “a falta de espaço com área considerável e disponibilidade imediata de ocupação, aliada ao facto da procura baixar no período de verão”.

A Savills antecipa uma quebra no take-up de escritório em Lisboa da ordem dos 10% no final deste ano em face do período homólogo. A consultora justifica esta visão com a inexistência de qualquer projeto “de dimensão relevante” a entrar no mercado. Ainda assim, refere Rodrigo Canas, Associate Diretor Agency Department da Savills, que perante “a grande escassez de espaços na cidade de Lisboa, pode ser considerado positivo e sinónimo de dinamismo e capacidade de atração de empresas da capital portuguesa”.

Em termos de investimento comercial, e tomando por base dados da consultora Worx, foram transacionados 1050 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o terceiro semestre mais elevado desde 2015. Cerca de 70% do montante foi para hotelaria e retalho. Na hotelaria foram transacionados três hotéis pela Invesco Real Estate e que envolveu 313 milhões de euros. No retalho o destaque vai para o Leiria Shopping a envolver 128 milhões de euros, ainda o Barreiro Retail Park transacionado por 55 milhões de euros e a venda de quatro galerias a um fundo nacional por 100 milhões de euros. Nos escritórios o destaque foi para a compra da Torre Fernão Magalhães por 112 milhões de euros. Pedro Valente da Capital Markets da Worx refere, em nota, que se assiste a uma “enorme liquidez no mercado e Portugal continua no radar dos investidores internacionais”.

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