“A segurança da Europa está num ponto de viragem”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, à chegada à cimeira de emergência de Paris, convocada pelo presidente Emmanuel Macron. “Acabei de chegar a Paris para um debate crucial. A segurança da Europa está num momento decisivo. Sim, é sobre a Ucrânia, mas também é sobre nós”, escreveu nas redes sociais. “Precisamos de uma mentalidade de urgência. Precisamos de um reforço na nossa defesa e precisamos de ambas as coisas agora”, acrescentou.
António Costa, presidente do Conselho Europeu, que também reúne com alguns dos líderes do bloco dos 27 e deverá participar igualmente nesta cimeira que se apresenta como informal, disse nas redes sociais que este é o início de um “processo” no qual a União Europeia e os seus Estados-membros “desempenharão um papel central”.
Além dos dois líderes da UE, a reunião conta com a presença do presidente francês, Emmanuel Macron, dos chefes de Governo da Alemanha, Reino Unido, Itália, Polónia, Espanha, Holanda e Dinamarca, bem como do secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
Vale a pena recordar que alguns comentadores afirmam que a presidente da Comissão é um dos problemas – quando, sem que disso parece depender a sua eleição para mais um mandato, se aproximou de Giorgia Meloni, primeira-ministra de Itália. Segundo esta abordagem, a aproximação entre a presidente dos 27 e uma das líderes da extrema-direita europeia (apesar de atualmente ser uma versão atenuada do que já chegou a ser) deu indicações a Washington de que alguma coisa estava a mudar na Europa, no sentido de uma viragem para a direita.
Sendo evidente que os republicanos têm da Europa a visão de que é um antro de comunistas – ou pelo menos um lugar onde essas ideias singram em liberdade – a administração Trump terá encontrado uma porta aberta para propagar a sua visão do planeta. Alguns factos vieram em favor desta teoria. Desde logo, von der Leyen admitiu recorrer à desregulação para contentar os norte-americanos – e por arrasto para acomodar produtos norte-americanos que não cabiam no ‘gargalo’ das importações para o interior dos 27. Mais tarde, mostrou-se adepta de tarifas que pudessem compensar as novas tarifas aduaneiras levantadas pelos Estados Unidos à importação de bens europeus, mas ainda não fez nada que se parecesse com uma resposta à altura. Antes disso, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, chegou a dizer que a forma de ‘acalmar’ os norte-americanos da administração Trump seria insistir na aquisição de produtos de lá oriundos, nomeadamente o gás liquefeito.
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