[weglot_switcher]

Von der Leyen no Uruguai com acordo UE-Mercosul “no horizonte”

O tratado, que se encontra em negociação há mais de duas décadas, promete criar um mercado que abrange 750 milhões de pessoas, representando cerca de 20% do comércio global. Contudo, a sua assinatura enfrenta desafios significativos devido a divisões internas na União Europeia.
5 Dezembro 2024, 14h09

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, chegou à América Latina nesta quinta-feira, 5 de dezembro, para participar na cúpula do Mercosul, que está a decorrer em Montevidéu até ao dia de amanhã. A sua presença é interpretada como um sinal positivo de que o aguardado tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul está mais próximo de ser concretizado.

Através de uma publicação nas redes sociais, von der Leyen afirmou que “a linha de chegada do acordo UE-Mercosul está no horizonte. Vamos trabalhar para cruzá-la. Esta será a maior parceria de comércio e investimento que o mundo já conheceu, beneficiando ambas as regiões.”

O tratado, que se encontra em negociação há mais de duas décadas, promete criar um mercado que abrange 750 milhões de pessoas, representando cerca de 20% do comércio global. Contudo, a sua assinatura enfrenta desafios significativos devido a divisões internas na União Europeia.

Enquanto países como a Alemanha, Espanha, Portugal e Suécia demonstram apoio ao acordo, na outra frente estão França, Polónia, Áustria e Holanda, que, influenciados por forças políticas de direita e extrema-direita, se opõem ao tratado.

A França, em particular, tem expressado preocupações sobre o impacto que o acordo poderá ter na sua agricultura, uma vez que 32,4% das exportações do Mercosul para a Europa são de produtos alimentares.

Para que o tratado seja bloqueado, a França necessita de assegurar a oposição de pelo menos quatro países e alcançar 35% da população da União Europeia.

A posição da Itália é crucial, uma vez que o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni ainda não se manifestou de forma clara sobre o assunto.

A aprovação do acordo no Parlamento Europeu pode ser facilitada se apenas a parte comercial do tratado for ratificada, o que exigiria uma maioria simples.

A presença de von der Leyen em Montevidéu é vista como uma tentativa de acelerar o processo, evitando obstáculos políticos mais complicados.

No entanto, em França já estão agendados protestos de agricultores para a próxima segunda-feira, dia 9 de dezembro, com promessas de bloqueios nas estradas e nas cidades, em resposta ao que consideram ser ameaças para o setor agrícola.

 

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.