Desde que o BE e o PCP ajudaram o PS a derrubar o Governo de coligação PSD/CDS-PP em 2015, viabilizando depois um novo Governo do PS sustentado em acordos bilaterais de incidência parlamentar, os bloquistas e os comunistas têm difundido a ideia de que o “voto útil” no PS deixou de fazer sentido. Ou seja, os eleitores mais próximos do BE e do PCP já não precisam de votar no PS para impedir que o PSD ganhe eleições legislativas e forme Governo (com ou sem o CDS-PP). No pós-”geringonça”, todos os votos no BE e no PCP contam para a formação de uma maioria parlamentar de centro-esquerda e esquerda, ao contrário do que sucedia anteriormente, quando esses dois partidos permaneciam excluídos do denominado “arco da governação”.
Em recente entrevista, a líder do BE, Catarina Martins, voltou a apontar nesse sentido, considerando que a ideia de “voto útil” ficou “bastante destruída” na sequência das eleições legislativas de 2015. “Hoje não há dois partidos ou dois e uma muleta a decidir quem é que pode ter soluções de Governo. Todos os partidos têm a responsabilidade de apresentar soluções de Governo. Quando pusemos no papel as nossas propostas, as pessoas passaram a poder confiar. Isso é legitimar a democracia. A democracia é boa quando é clara”, afirmou.
A líder do CDS-PP, Assunção Cristas, tem sublinhado a mesma ideia: o “voto útil” acabou com a chegada de António Costa ao poder, em 2015, através de uma confluência estratégica entre o PS, o BE e o PCP. Desde então que Cristas tem insistido na ideia de que o fundamental é alcançar uma maioria parlamentar de 116 deputados “no centro-direita”, independentemente da distribuição dos mesmos entre o PSD e o CDS-PP (e o mesmo se aplica ao que denomina como “as esquerdas encostadas”).
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