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Wall Street faz limonada sem limões

O preço do light crude tem nos próximos dias uma prova importante, pois caso não consiga reconquistar a linha inferir do canal (laranja), entra numa zona bearish que abrirá espaço para mais perdas no valor do activo.
2 Dezembro 2019, 10h49

Não há volta a dar, Wall Street passou o mês de Novembro sobre a égide de uma pseudo-esperança sobre um elusivo acordo entre os EUA e a China, com vista a conter ou mesmo reduzir o clima de crispação que o conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo tem provocado na economia global.

De concreto, nada! No entanto, semana após semana os investidores foram bombardeados com as “promessas” de um entendimento “iminente”, ilusões propagadas pelas duas partes e não apenas por Trump como tinha acontecido até então, facto que é a única novidade em torno deste processo.

Aliás única não, porque na realidade em vez de boas notícias os desenvolvimentos foram adversos para um final feliz desta novela, dado que as recentes acções legislativas por parte do Congresso norte-americano, no sentido de apoiar os manifestantes em Hong Kong, apenas vieram agravar o risco de chegarmos a meados de Dezembro e novas tarifas alfandegárias dos EUA entrarem em vigor.

Isto porque na quinta-feira não foi a primeira vez que responsáveis chineses referiram medidas retaliatórias caso o presidente norte-americano assinasse as leis que passaram em ambas as câmaras do Congresso dos EUA.

Para agravar o sentimento a Reuters publicou um relatório que indica a probabilidade da administração de Trump vir a estender o alcance da medidas contra a Huawei, visto que a empresa asiática tem sido fornecida por tecnologia norte-americana para além do aceite por Washington.

Foi este último desenvolvimento o principal responsável pelas perdas verificadas em Wall Street na sexta-feira, numa sessão que foi mais curta depois do feriado do Dia de Acção de Graças, o que resultou num volume muito abaixo da média habitual.

Mas apesar da falta de fundamentos sustentáveis para o optimismo o facto é que os índices norte-americanos registaram o melhor mês desde Junho, com ganhos que oscilaram entre os 3,4% no S&P500 e os 4,5% no Nasdaq.

Veremos como irá correr Dezembro para os Bulls, um mês que tradicionalmente lhes é favorável e que começa esta semana, com os dados sobre as vendas da Black Friday e da Cyber Monday, terminando depois com os nonfarm payrolls que se espera não contrariem os dados anteriores de robustez no mercado laboral dos EUA.

Destaque para o US dólar que continuou na onda vencedora ao atingir máximos de sete semanas, após completar nove sessões consecutivas de ganhos, enquanto que no mercado das matérias-primas o Petróleo recuou de novo, desta feita -4,6% para os $55,42 por barril no WTI, devido à forte probabilidade da OPEP e seus parceiros decidirem não aprofundarem os cortes na produção na reunião que irá decorrer no final da semana.

O gráfico de hoje é do WTI crude, o time-frame é diário.

 

O preço do light crude tem nos próximos dias uma prova importante, pois caso não consiga reconquistar a linha inferir do canal (laranja), entra numa zona bearish que abrirá espaço para mais perdas no valor do activo.

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