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Wall Street fecha a registar fortes subidas

Tudo parece estar a ir no bom caminho – os resultados do desemprego assim o indicam. Mas as pressões inflacionistas mantêm-se no horizonte, o que impede os investidores de respirarem mais livremente.
  • Crash de 25% em Wall Street
14 Outubro 2021, 21h24

Os principais índices do mercado mobiliário do lado de lá do oceano fecharam positivos esta quinta-feira, impulsionados pelos novos dados sobre o mercado laboral, que permitem antever pelo aumento da base de consumidores e a atenuação do aumento dos preços. Mas os riscos de movimentos bruscos na frente da inflação continuam a manter em alerta os investidores.

O índice industrial Dow Jones fechou a somar 1,56%, para 34.912,56 pontos; o Standard & Poor’s 500 avançou 1,71%, para 4.438,26 pontos; e o tecnológico Nasdaq Composite cresceu 1,73%, para os 14.823,43 pontos. O facto de algumas das grandes cotadas terem apresentado resultados trimestrais robustos também ajudou.

Mas o futuro não está totalmente livre de nuvens. Apesar de uma visão amplamente partilhada de que o mercado de trabalho dos Estados Unidos recuperou o suficiente para permitir que a Reserva Federal comece a reduzir as suas compras mensais de títulos já no próximo mês, os legisladores continuam divididos sobre a inflação e o que devem fazer a seu respeito.

A administração Biden informou esta quinta-feira que os preços no produtor subiram 8,6% nos 12 meses até setembro, o maior aumento ano a ano em quase 11 anos. Dados divulgados no dia anterior mostraram que os preços ao consumidor subiram 5,4% no mesmo período. Mas os dados de ambos os relatórios também sugerem que os aumentos de preços impulsionados pela pandemia já podem ter atingido o pico, com os ganhos mensais a desacelerem.

O problema é de tal ordem, que o Comité Monetário e Financeiro Internacional, composto por 24 ministros das Finanças e governadores de bancos centrais dos países membros do FMI, disse esta quinta-feira em comunicado que os governos deveriam “calibrar cuidadosamente” as políticas domésticas para uma pandemia em evolução.

“Continuaremos a priorizar os gastos com saúde e a proteção dos mais vulneráveis, enquanto mudamos o foco, conforme o apropriado, da resposta à crise para a promoção do crescimento e preservação da sustentabilidade fiscal de longo prazo”, disseram.

Preocupações com a inflação, alimentadas pela retração da procura, dificuldades nas cadeias de fornecimento, os preços mais altos de energia e de várias commodities têm sido um tema de debate com alguma tensão nas reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial nesta semana, e contribuíram para o FMI reduzir a sua perspetiva de crescimento global.

O Comité pediu também para que “os bancos centrais estão a monitorizar de perto a dinâmica dos preços e podem examinar as pressões inflacionistas. Devem agirão apropriadamente se os riscos de redução das expectativas de inflação se tornarem concretos”.

Aparentemente, enquanto não houver uma certeza relativa ao facto de este ser ou não um pico inflacionista ou se os aumentos vão manter-se, os investidores do mercado mobiliário vão continuar a perder o sono.

Entretanto, cerca de 293 mil americanos inscreveram-se para obterem os subsídios de desemprego na semana que terminou a 9 de outubro, o nível mais baixo desde que a pandemia atingiu a economia dos Estados Unidos, em março de 2020. Em comparação, registaram-se 326 mil na semana anterior. Os dados desta quinta-feira ficaram abaixo das expectativas do mercado, que adiantavam 319 mil pedidos.

Os pedidos contínuos, que atrasam em uma semana os dados iniciais dos pedidos de subsídio desemprego, caíram para 2,593 milhões, que comparam com os 2,714 milhões da semana anterior, enquanto os analistas esperavam uma diminuição para 2,675 milhões.

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