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Web Summit: portuguesa Vision-Box entre PME de sucesso apoiadas por Bruxelas

Sediada em Lisboa, a tecnológica portuguesa Vision-Box, tem atualmente oito escritórios em todo o mundo, opera em 150 países e elege a Índia e os EUA como os mercados mais fortes a conquistar e consolidar.
8 Novembro 2018, 09h12

Pioneira na automatização das portas de controlo de passaportes, a Vision-Box está a expandir o reconhecimento biométrico visando abranger toda a experiência nos aeroportos. E, para tal, conta com o apoio da Enterprise Europe Network, rede de apoio a Pequenas e Médias Empresas (PME) com ambições internacionais, que representou na edição deste ano da Web Summit, em Lisboa.

O apoio da Enterprise Europe Network (EEN) permitiu que a empresa focasse os seus recursos estrategicamente num roteiro de inovação a longo prazo, mantendo a dinâmica necessária à gestão da atividade diária, de vendas e afins. Por outro lado, o financiamento através do Instrumento PME da União Europeia, de cerca de dois milhões, abriu caminho ao planeamento e a antecipar exigências emergentes no setor aeroportuário, metas que a empresa tem seguido nos últimos meses, afirma Pedro Torres, diretor de Inovação na Vision-Box.

Alicerçada no apoio os programas de financiamento europeu, a empresa avançou com o lançamento de um novo projeto financiado pela UE chamado ‘Smart Trust que decorre até ao final de 2019. O conceito Happy Flow está atualmente a ser instalado em todo o aeroporto Schiphol em Amesterdão, conduzindo, acredita o responsável, à futura implementação por todo o mundo.

Quanto à presença na Web Summit, explica que se prende, desde logo, com a possibilidade de mostrar os projetos e ganhar “a natural visibilidade” de uma cimeira desta dimensão. Mas, a participação tem uma forte componente de mostrar ais seus pares como funcionam estes apoios vindos da Comissão Europeia, de que forma podem impulsionar o seu sucesso, elucidando ainda sobre os principais passos a dar para integrar, por exemplo, a EEN. Admitindo que as candidaturas “não são fáceis”, garante ainda que, cada vez mais as empresas portuguesas conseguem estes apoios e o segredo sucesso “está num bom trabalho de casa”.

Biometria em português pelo mundo fora

Apesar de ter sido uma das primeiras empresas a aperceber-se do potencial da utilização da informação biométrica para facilitar a vida dos passageiros, consubstanciado na criação do eGate, que utiliza a informação biométrica incluída nos passaportes para automatizar o controlo nas fronteiras, a Vision-Box, nasce em 2001, focada em soluções de videovigilância.

“A aposta de então já contemplava reconhecimento facial, reconhecendo objetos, veículos ou património, protegendo diferentes espaços. E foi neste segmento que começámos a crescer“, recorda Pedro Torres. Em 2005, a empresa vive uma viragem significativa ao fechar com o Governo português um contrato para registo de dados biométricos dos cidadãos para o Cartão do Cidadão. Desde então, através de uns quiosques que fazem essa leitura, foram trabalhando na recolha dos registos biométricos nos cartões mas também nos passaportes. O passo seguinte foi o controlo automático de fronteiras, uma solução estreada em Portugal que veio substituir a necessidade de ter um agente humano que analisava a documentação e, entre outros passos, comparava a foto com a pessoa à sua frente.

“Esta solução foi inteiramente pioneira, não existia e Portugal foi de facto o primeiro país a ter o controlo automático de fronteiras”, frisa o responsável.  Atualmente, mais de 80 aeroportos já utilizam a tecnologia eGate da Vision-Box para processar cerca de 700 milhões de passageiros por ano. Isto significa que a cada cinco segundos uma pessoa utiliza esta tecnologia.

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