[weglot_switcher]

Western Union: Países em desenvolvimento são oportunidade para tecnológicas financeiras

Atualmente existem cerca de três mil milhões de pessoas em todo o mundo que não têm acesso a serviços financeiros tradicionais. Na Web Summit, o CEO da empresa de pagamentos falou sobre como as tecnologias emergentes facilitam a mudança.
7 Novembro 2018, 17h21

A exclusão financeira de população que não tem acesso a serviços financeiros tradicionais, nomeadamente em países em desenvolvimento ou mesmo migrantes, é uma oportunidade para as tecnológicas, segundo defendeu o CEO da empresa de transferências Western Union, Hikmet Ersek, na Web Summit, em Lisboa.

“A nova globalização é de sete mil milhões de pessoas e é das empresas”, afirmou Ersek, apontando para o papel da internet na inclusão dos países desenvolvidos na globalização. O gestor sublinhou que os pagamentos móveis têm sido um elemento chave nesse processo. “O ambiente móvel mudou totalmente desde que começámos esta jornada há oito ou nove anos”, disse.

Hikmet Ersek afirmou ter como objetivo criar valor para os acionistas da empresa e, para isso, considera ter de estar perto dos clientes, ou seja, as pessoas que não têm acesso a serviços financeiros.

Atualmente existem cerca de três mil milhões de pessoas em todo o mundo nesta situação. As tecnologias emergentes e parcerias facilitam a mudança já que permitem que estas pessoas participem na economia global.

“Os serviços financeiros deveriam ser mais ativos porque estes são os novos clientes. Hoje são migrantes, mas amanhã podem estar a comprar um carro”, exemplificou. O CEO da Western Union falou ainda sobre o estigma associado a este negócio: “Não há nada de mal em servir ou fazer dinheiro com estas pessoas”, defendeu.

O e-commerce é uma das áreas para as quais o CEO está a olhar, segundo explicou, lembrando que a Western Union assinou, na semana passada, um acordo de parceria com a gigante tecnológica do setor do retalho Amazon.

A plataforma da Western Union será utilizada pela Amazon para permitir aos clientes fazerem compras pessoalmente nas 500 localizações físicas da primeira e em moeda local. A empresa gerida por Hikmet Ersek opera em mais de 200 países e territórios, nos quais transacionou 300 mil milhões de dólares no ano passado.

Quanto à emergência das criptomoedas nos sistemas de pagamentos, Ersek são se opõe, mas acredita que o ativo não está ainda suficientemente evoluído. “Realizamos transações em 37 moedas. Porque não em 38?”, afirmou, quando questionado se estaria aberto a entrar no negócio cripto.

No entanto, alertou que há atualmente apenas alguns usos de caso possíveis e que não acredita que os bancos centrais abdiquem do controlo monetário. “Não podemos ignorar a blockchain e estamos focados na inovação, mas hoje ainda não vemos usos de caso para os clientes”, acrescentou sobre as criptomoedas.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.