A Jupiter AM, gestora de ativos do Reino Unido com atividade em Portugal e que faz 40 anos este ano, vai organizar um evento em Lisboa esta quarta-feira, dia 12 de junho, o “Jupiter AM Investment Conference 2025” onde estará reunida a equipa de gestão.
A conferência foi o pretexto para entrevistar William Lopez, Head of Europe and Latin America da Jupiter AM.
Na entrevista William López, Head of Europe and Latin America da Jupiter AM, fala a estratégia da Jupiter na Europa e na Península Ibérica a em como a Península Ibérica se estabeleceu como uma região-chave na estratégia global.
A equipa da Jupiter AM na Península Ibérica é liderada por Francisco Amorim, Head of Business Development para a Península Ibérica na Jupiter Asset Management desde o outono de 2024. A equipa integra ainda Susana García, Diretora de Vendas, e Adela Cervera, Business Development Manager.
Porque escolheu Lisboa para realizar a sua conferência anual?
No âmbito do nosso 40.º aniversário, queríamos que este encontro tivesse um significado especial dentro da nossa estratégia regional. Realizar a conferência em Lisboa é, por isso, uma forma de reconhecer essa evolução, estreitar ainda mais os laços com os nossos parceiros locais e reforçar o nosso compromisso de longo prazo com o mercado português, que se consolidou como uma referência no sul da Europa, tanto para nós como para muitos investidores internacionais.
A Jupiter Asset Management anunciou o lançamento do Jupiter Global Government Bond Active UCITS ETF, o primeiro fundo cotado (ETF) do Grupo, em parceria com a HANetf, especialista em ETFs de marca branca. Porque apostaram neste tipo de ativos?
Num contexto em que a gestão ativa tem demonstrado oferecer valor acrescentado face a estratégias passivas — especialmente em classes de ativos complexas e sensíveis aos ciclos económicos — a Jupiter AM deu um passo estratégico com o lançamento do seu primeiro ETF de gestão ativa. O Jupiter Global Government Bond Active UCITS ETF oferece uma carteira diversificada de dívida soberana emitida por mercados desenvolvidos e emergentes. O objetivo é superar o desempenho dos títulos governamentais tradicionais através de uma seleção ativa de posições com baixa correlação com ações e outros ativos de risco. A estratégia baseia-se numa visão macroeconómica própria e procura identificar oportunidades onde existam ineficiências de valorização no mercado.
Como está a correr a performance do vosso primeiro ETF?
Apesar de ser um lançamento recente, a receção por parte dos clientes tem sido muito positiva. Num momento em que os investidores valorizam cada vez mais a transparência, a agilidade operacional e a capacidade de adaptação a diferentes contextos de mercado, o Jupiter Global Government Bond Active UCITS ETF responde a essa procura com uma proposta diferenciadora. O fundo é gerido por Vikram Aggarwal, membro da equipa da Jupiter desde 2013, que aplica uma abordagem de investimento com elevada convicção e um processo flexível. Esta estratégia ativa reflete o ADN da Jupiter AM: gestão com forte convicção e uma clara vocação para gerar valor acrescentado a longo prazo para os investidores.
Quais são as metas para a Península Ibérica, e mais precisamente para Portugal?
A Península Ibérica é um mercado chave para a Jupiter AM, e dentro dessa região, Portugal representa uma parte especialmente significativa do nosso negócio: atualmente, entre 25 % e 30 % dos ativos geridos na Ibéria provêm do mercado português. Com a nomeação de Francisco Amorim [Head of Business Development para a Península Ibérica] procuramos reforçar ainda mais a nossa presença na região e tirar partido do seu profundo conhecimento do perfil do investidor local e do enquadramento institucional. A sua proximidade ao mercado e experiência anterior como gestor de fundos “buy side” (lado da compra) em Portugal, permitiram-nos consolidar a nossa posição, desenvolver relações de longo prazo com clientes e alargar o nosso alcance comercial.
Em Portugal, o nosso principal objetivo é continuar a oferecer soluções de investimento de longo prazo que ajudem os investidores locais a construir carteiras mais diversificadas e alinhadas com as suas necessidades.
O mercado português tem potencial de crescimento para a Jupiter AM?
Juntamente com Francisco Amorim e a nossa equipa ibérica, temos verificado como o país está a ganhar atratividade entre os investidores internacionais, o que reforça a nossa aposta estratégica no mercado português. Portugal possui um ecossistema de investimento cada vez mais sofisticado, que soube adaptar-se após as mudanças estruturais dos últimos anos, incluindo os efeitos da pandemia e da nova realidade macroeconómica global.
Da nossa perspetiva, o crescimento do mercado português não só é possível, como já está em curso.
O comportamento recente dos investidores reflete uma maior abertura a estratégias de rendimento fixo, soluções alternativas como fundos market neutral, long/short, retorno absoluto e commodities (ouro e prata). Estas categorias, nas quais a Jupiter tem um percurso sólido, estão a afirmar-se como soluções essenciais para instituições que procuram diversificação e preservação de capital em contextos incertos. Além disso, estamos a observar que alguns players locais procuram alianças com gestoras com competências especializadas e uma abordagem global, como a nossa.
Este interesse, aliado à evolução do perfil de risco do investidor português, indica que há margem para continuar a crescer — tanto em profundidade na relação junto dos clientes atuais como através da entrada em novos segmentos.
O investidor português é considerado muito conservador. Há produtos financeiros mais adequados ao mercado português?
Francisco Amorim, o nosso responsável de desenvolvimento de negócio na Ibéria, conhece bem o perfil conservador do investidor português, mas a nossa visão é que este perfil está a evoluir. Na Jupiter AM temos observado que, após as recentes mudanças macroeconómicas, tem aumentado o interesse por soluções que combinem prudência com rentabilidade.
Nesse contexto, estratégias como a dívida de taxa fixa flexível, fundos de crédito e soluções alternativas — como fundos market neutral, long/short, retorno absoluto e commodities (ouro e prata) — estão a ganhar tração. Estas permitem gerir o risco de forma ativa, preservar capital e, ao mesmo tempo, identificar oportunidades em diferentes contextos de mercado.
A nossa equipa ibérica, liderada pelo Francisco, está convencida de que esta evolução é um sinal de maturidade do mercado português.
Os investidores continuam prudentes, mas estão abertos a propostas mais sofisticadas, que permitam manter o controlo do risco sem abdicar da geração de valor. A Jupiter responde a essa procura com uma oferta baseada em gestão ativa de alta convicção, adaptada a perfis que priorizam a estabilidade, mas reconhecem o valor de uma abordagem estratégica e diferenciadora.
Olhando para o mercado de capitais, o que diria que tem mais potencial de valorização? Onde aconselha os clientes da Jupiter AM a investirem?
Estamos a ver um interesse crescente por estratégias de rendimento fixo e produtos alternativos como fundos market neutral e commodities (ouro e prata), que se alinham muito bem com as nossas competências. Queremos continuar a posicionar a Jupiter AM como uma gestora de referência nestes segmentos, oferecendo não apenas produto, mas também proximidade, transparência e uma visão de longo prazo.
A nossa proposta passa por atualizar as tradicionais carteiras 60/40, integrando soluções alternativas líquidas que permitam, em momentos de incerteza como o atual, oferecer descorrelação e reduzir o risco das carteiras com um pouco mais de rentabilidade. A isto, juntamos o reforço das nossas capacidades em ações, com o objetivo claro de ir além da visão exclusivamente centrada em obrigações e avançar para uma abordagem mais ampla, flexível e adaptada às necessidades dos investidores — projetando todo o potencial de uma oferta global, ativa e diversificada.
O que está no topo da sua lista de tarefas neste momento?
A nossa prioridade atual na região é consolidar a nossa presença junto dos principais grupos financeiros ibéricos e desenvolver a nossa atuação em alguns segmentos de mercado, como o institucional (seguradoras e fundos de pensões), acompanhando-os num contexto de mercado que exige soluções de gestão ativa, verdadeira diversificação e controlo de risco.
Além disso, esta abordagem está alinhada com a nossa vocação global de sermos um parceiro estratégico para os clientes, ajudando-os a navegar os desafios atuais do mercado com soluções ajustadas e gestão de elevada convicção. Neste sentido, a entrada de Niall Gallagher e da sua equipa reforça ainda mais a nossa proposta em ações, alargando as nossas competências para oferecer estratégias europeias com uma visão diferenciada e consistente.
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