[weglot_switcher]

Xi recebe líderes dos gigantes chineses da tecnologia em sinal de apoio

O encontro acontece semanas antes de a legislatura chinesa realizar a sua reunião anual, na qual o governo traça o roteiro económico para o próximo ano, e no meio da intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, após o regresso ao poder de Donald Trump.
14 Fevereiro 2025, 13h02

O Presidente chinês, Xi Jinping, vai receber na próxima segunda-feira os líderes dos gigantes tecnológicos do país, numa demonstração de apoio ao sector, segundo fontes citadas, esta sexta-feira, pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post.

De acordo com o jornal, entre 20 e 30 fundadores ou diretores executivos de empresas em fase de arranque e de empresas já estabelecidas, como a Huawei, Tencent, Alibaba e Xiaomi, vão participar na invulgar “reunião de alto nível”.

O encontro acontece semanas antes de a legislatura chinesa realizar a sua reunião anual, na qual o governo traça o roteiro económico para o próximo ano, e no meio da intensificação da guerra comercial com os Estados Unidos, após o regresso ao poder de Donald Trump.

O jornal referiu que a legislatura procura enviar um sinal positivo ao setor privado, para reanimar a economia do país, que não enfrenta o desafio de Trump no seu melhor momento: a China atingiu o seu objetivo de crescimento anual de 5% em 2024, mas ainda sofre de débil consumo interno e de uma grave crise imobiliária.

A reunião também pode ser interpretada como uma reviravolta de Pequim, que nos últimos anos lançou uma dura campanha regulatória contra as grandes empresas de tecnologia.

Em dezembro de 2020, as autoridades reguladoras anunciaram a abertura de uma investigação antimonopólio sobre a Alibaba e suspenderam a entrada em bolsa da Ant, a sua filial de ‘fintech’ (tecnologia financeira), que seria a maior da história.

Essa campanha incluiu investigações a empresas como a Tencent e a “Uber chinesa”, a Didi, por alegados riscos para a segurança dos dados dos utilizadores.

Durante anos, o setor digital floresceu na China, não só graças ao enorme mercado do país, mas também a uma regulação pouco rigorosa – ou à sua aplicação – a que Pequim queria pôr termo.

No entanto, avanços como a plataforma e inteligência artificial DeepkSeek, que também estará presente na reunião, foram um golpe tecnológico importante para Pequim, face à guerra comercial de Trump.

A Alibaba também revelou recentemente o seu próprio modelo de IA, o Qwen, que fará parceria com a Apple para permitir que os iPhones ofereçam o serviço Apple Intelligence na China, de acordo com o jornal de Hong Kong.

Também estarão presentes no evento representantes da Huawei, que em 2023 lançou o seu ‘smartphone’ emblemático Mate 60 Pro, o primeiro a ser fabricado na China com um nível de miniaturização que requer equipamento de litografia ao qual o país asiático teoricamente não tem acesso devido às restrições impostas pelos EUA.

Também estarão presentes os chamados “seis pequenos dragões” da “mestria tecnológica” chinesa, que incluem, além da DeepSeek, os fabricantes de robôs Unitree e Deep Robotics, o estúdio de videojogos Game Science, o criador de ‘software’ de ‘design’ de interiores 3D Manycore e a BrainCo, que desenvolve produtos destinados a treinar o cérebro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.