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Zero alerta para degradação da conservação dos habitats e espécies da Rede Natura 2000 em Portugal

Segundo a associação, em relação às pressões e ameaças que pendem sobre os habitats, destaca-se a proliferação de espécies exóticas invasoras (65% das avaliações de habitats nas diferentes regiões biogeográficas), a agricultura (56%) e as alterações ao uso do solo (artificialização para urbanismo, indústria e turismo), como principais fatores de degradação identificados.
31 Janeiro 2021, 11h46

Com base no ‘Relatório Nacional de Aplicação da Diretiva Habitats’, para o período 2013-2018, a associação ambientalista ZERO, alerta para a deterioração do estado de conservação dos habitats e espécies protegidos no âmbito da Rede Natura 2000. Relativamente às tendências relativamente aos habitats avaliados com estatuto desfavorável (inadequado e mau), A ZERO sublinha que, para a generalidade dos habitats, com exceção dos habitats rochosos e grutas, registou-se uma dinâmica negativa em 79% dos casos, quando no período 2007-2012 o valor se situava nos 29%.

O Relatório Nacional de Aplicação da Diretiva Habitats, tem como objetivo permitir uma avaliação adequada dos progressos alcançados, designadamente do contributo da Rede Natura 2000 para a concretização dos objetivos visados pela Diretiva Habitats, a qual tem como principal objetivo contribuir para assegurar a conservação dos habitats naturais e das espécies da flora e da fauna selvagens considerados ameaçados.

Segundo a associação, em relação às pressões e ameaças que pendem sobre os habitats, destaca-se a proliferação de espécies exóticas invasoras (65% das avaliações de habitats nas diferentes regiões biogeográficas), a agricultura (56%) e as alterações ao uso do solo (artificialização para urbanismo, indústria e turismo), como principais fatores de degradação identificados.

“Perante este cenário de degradação do estado de conservação de habitats e espécies, que é reflexo não só de décadas de desinvestimento público na melhoria do conhecimento do património natural e na conservação da natureza e da biodiversidade, mas também da manutenção de uma elevada permissividade (e até incentivo) das autoridades públicas à destruição dos valores naturais, importa quebrar a inércia que se verifica na implementação das políticas públicas vertidas em dezenas de documentos de planeamento”, escreve a ZERO no comunicado.

Na opinião da ZERO é “prioritária a alocação de verbas significativas para a conservação do lobo-ibérico, do saramugo, das aves necrófagas, das aves estepárias, dos morcegos, dos bivalves de água doce, da flora em perigo e das turfeiras, em particular as turfeiras sublitorais”.

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