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André Ventura: “Se necessário pedirei a intervenção da justiça europeia”

Candidato a Loures vai ser ouvido pelo Ministério Público dia 19 de setembro. Em declarações ao Jornal Económico, o social-democrata defende que este caso é uma oportunidade de ver se Portugal “é uma democracia sem tabus”.
11 Setembro 2017, 15h52

O candidato do PSD a Loures, André Ventura, mostra-se confiante sobre o desfecho do inquérito aberto pelo Ministério Público (MP) por incitamento ao racismo e xenofobia mas não exclui a hipótese de avançar para o Tribunal Europeu, caso a justiça portuguesa não penda a seu favor.

O candidato social-democrata mostrou-se “surpreendido”, em declarações ao Jornal Económico, pela decisão de abertura do inquérito do MP às declarações que proferiu sobre a comunidade de etnia cigana, em entrevista ao jornal I, na sequência da queixa-crime apresentada pelo Bloco de Esquerda (BE). Mas salienta que o inquérito “serve para apurar se há existência de um crime ou não”.

André Ventura diz-se confiante sobre os resultados do inquérito, salientando que não vê “onde possa existir indícios de crime”, uma vez que “é um caso de liberdade de expressão”, reiterando que “confia na justiça”.

“Confio que o Ministério Público, ao arquivar o caso, ou os tribunais, com a decisão, dêem uma mensagem a este tipo de políticos e grupos que consideram que podem policiar o pensamento”, frisou o candidato, acrescentando que “é disto que se trata, de policiar o pensamento”.

Contudo, sinaliza que “se necessário, que confio que não seja, pedirei a intervenção do Tribunal Europeu” porque considera que “este caso não é só o André Ventura, é o pretexto da justiça demonstrar que a democracia em Portugal é a sério”.

“A justiça tem aqui uma oportunidade de mostrar que tipo de democracia existe em Portugal. Se é uma democracia moderna, uma democracia sem tabus”, salienta.

O candidato mantém todas as declarações porque está “firmemente convencido” que o que disse “é verdade” e “é o que acredito e as pessoas estão cansadas de políticos que um dia dizem uma coisa e no dia seguinte já defendem outra”.

E deixou críticas: “Quem criou esta situação, não está preocupado com a comunidade cigana ou com as minorias, está a querer controlar o que pensamos e o que podemos discutir. Repudio esse tipo de sociedade, onde temos um polícia do pensamento”.

André Ventura será ouvido na 6ª secção do DIAP no dia 19 de setembro. Recorde-se que a polémica com André Ventura estalou após o candidato a Loures ter dado uma entrevista ao Jornal i, onde falou dos ciganos como uma etnia que “vive quase exclusivamente de subsídios do Estado “, acrescentando que “acham que estão acima das regras do Estado de direito”.

Depois das declarações, o CDS retirou o apoio à candidatura de Ventura, mantendo-se o candidato com o apoio do PSD.

 

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