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Apenas quatro dos 1.637 pedidos de nacionalidade foram reconhecidos

Três dos quatro processos aprovados dizem respeito a cidadãos brasileiros, sendo um deles Raul Schmidt, arguido no caso Lava Jato. Os requerentes falam em “favorecimentos” nas aprovações dos pedidos.
Cristina Bernardo
30 Janeiro 2018, 09h07

Dos 1.637 pedidos de reconhecimento de cidadania portuguesa que deram entrada no Instituto de Registos e Notariado (IRN), nos últimos seis meses, apenas quatro foram concedidos. Três dos quatro processos aprovados dizem respeito a cidadãos brasileiros, sendo um deles Raul Schmidt, arguido no caso Lava Jato, avança o jornal “Diário de Notícias”.

Os dados do Ministério da Justiça (MJ) mostram que a maioria dos pedidos de nacionalidade dizem respeito a cidadãos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), que ao todo totalizam os 1.237. Os brasileiros são até agora os que registam o maior número de processos aprovados.

Raul Schmidt, nascido no Brasil, foi um dos requerentes que viu ser-lhe reconhecida a cidadania originária. O brasileiro, que está a ser perseguidos pelas autoridades brasileiras, é neto de portugueses e terá obtido a cidadania por naturalização desde 2011. Os requerentes falam em “favorecimentos” na aprovação do pedido de Raul Schmidt. “É chocante”, afirma o advogado Maurício Gonçalves, que está a tratar de muitas desses processos.

A legislação indica que a nacionalidade portuguesa pode ser atribuída a todos os netos de portugueses nascidos no estrangeiro que, entre outros requisitos, tenham “laços de efetiva ligação à comunidade nacional”. Para que o processo possa avançar, os requerentes têm de pagar uma taxa de 175 euros. O estatuto beneficia ainda o cônjuge e os filhos.

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